domingo, 21 de fevereiro de 2010

OS SERES HUMANOS E O SEXO

OS SERES HUMANOS E O SEXO

O instituto da família, que até hoje tem sido a base fundamental das sociedades humanas, em todos os povos e nações, está sendo demolido por teorias e ideologias materialistas insidiosas e dissolventes. Nesta lamentável transição, de moralidade frouxa e elástica, que caracteriza os dias em que vivemos, as relações entre as pessoas se modificam constantemente para pior, e as leis do sexo ficam sendo cada vez menos compreendidas e, em conseqüência, mais deturpadas pela vivência dos instintos.

As ligações entre homens e mulheres tendem a se reger pelas concepções licenciosas do sexo livre, que o homem dos nossos tempos, apesar de sua tão decantada civilização, ainda não está em condições de usufruir com grandeza esse relacionamento, sem regresso à animalidade. O desgoverno psíquico das massas, que tende a aumentar, está a todo instante, vindo a furo nas monstruosas aberrações do sexo, que se alastram envolvendo, sobretudo, a criança desamparada e a juventude inquieta e desnorteada. Esta calamitosa situação é conhecida e debatida por estudiosos, investigadores e religiosos, porém, há fundas divergências entre eles, segundo o ponto de vista em que se colocam. É certo que no divergir não há consenso, mas o que deve prevalecer para as massas são as orientações no melhor sentido, e não no das acomodações que levarão, sem a menor dúvida, para a dissolução do instituto familiar.

No livro, ‘Vida e Sexo”, de autoria espiritual de Emmánuel, diz o mentor de Chico Xavier: “A princípio, exposto aos lances adversos das aventuras poligâmicas, do sexo desvairado, o ser humano avança, de tempos em tempos, de ensinamento em ensinamento, para a monogamia, reconhecendo a necessidade de equilíbrio em matéria de sexo. Depreende-se disso, que toda criatura na Terra, transporta em si mesma, determinada taxa de carga erótica, de que, em verdade, não se libertará unicamente por palavras e votos brilhantes, mas à custa de exercício mental, experiência e trabalho, de vez que instintos e paixões são energias e estados próprios à alma de cada um, que as leis da Criação não destroem, mas sim, auxiliam cada pessoa a transformar e elevar essas energias no rumo da perfeição.”

Nos mundos inferiores, igual ao nosso, o sexo é organização material para a aproximação de espíritos e a reprodução da espécie. Nos mundos mais avançados, é atração espiritual e afinidade irresistível para vivência e refinamento emocional; emoção não de sentidos, mas de sentimentos, fusão de almas, integração recíproca. A Doutrina Espírita, oferecendo melhor ensino, explica que os espíritos não têm sexo “como o entendemos”, esclarecendo que o sexo, para os espíritos desencarnados, que não possuem perispíritos formados de matéria bruta, não é representado por órgãos de reprodução, mas por modos de sentir e por mentalidades e psiquismos diferentes.

Por necessidade de evolução, o espírito ora assume corpos femininos como também masculinos, fazendo experiências e aprendendo e desenvolvendo os conhecimentos e estreitando as afinidades com outros espíritos. A crença das “almas gêmeas” vem das atrações fortíssimas que os espíritos sentem uns pelos outros, buscando unirem-se através de todos os meios, para encontrarem a harmonia, a paz e a felicidade. Toda vez que encarnam os espíritos tomam corpos sexuados, com formas femininas ou masculinas, segundo as provas e experiências que devem realizar na presente encarnação. No sentido da evolução, os espíritos realizam experiências de muitas espécies, em vários setores de atividades, positivas ou negativas, sempre tendo em vista desenvolver sentimentos e aptidões morais. Um espírito que já tenha tido várias existências no campo das realizações positivas de virilidade, energia física, dinâmica de ação e desenvolvendo a inteligência, como homem, em certo momento, para o equilíbrio e o progresso harmonioso, submete-se à Lei e passa a realizar experiências no campo das atividades femininas, desenvolvendo sentimentos de bondade, ternura, paciência, abnegação e maternidade.

É comum verem-se homens afeminados, tímidos, propensos à existência calma dos ambientes domésticos, tendo os mesmos gostos, pendores e sentimentos próprios de mulheres; como também observamos algumas mulheres virilizadas, tanto no aspecto físico como nas tendências, nas ações e nos sentimentos. Percebe-se logo que os afeminados são espíritos que estão vindo de várias existências como mulheres; mudaram de campo e estão iniciando provas e adquirindo conhecimentos no setor masculino, cujas características de força, decisão, coragem e impetuosidade, os amedrontam e os constrangem; e os espíritos com vivências masculinas, que estão iniciando os primeiros passos no setor da vida feminina, utilizando corpos débeis e delicados, mas ainda conservando e manifestando as tendências próprias do sexo oposto que encarnavam até então, reagem a essa nova condição, gerando situações desagradáveis e ás vezes até constrangedoras, e somente após várias outras encarnações nas mesmas condições, essa rejeição tende a desaparecer. Devemos ter compreensão e paciência com esses nossos irmãos, que estão em processo de evolução.


O sexo que foi dado ao ser humano para aproximação dos espíritos afins, reprodução da espécie e para a realização de progresso nas duas condições de existência, já mencionadas, foi pelo homem, transformado exclusivamente em fonte de prazer, em que o sentimento pouco conta, mas sim, a paixão material, o desejo de posse que, muitas das vezes, quando exacerbado ou contrariado leva ao crime. Esta deformação que fizeram do sexo não é um defeito de alguns, mas de milhões, devido a inúmeros fatores, como: costumes, hábitos, legislação, educação, etc., entretanto, sendo uma só a causa fundamental: a imperfeição do ser humano.

A prática sistemática do ato sexual visando apenas o prazer, se transformou em arraigado vício, do qual o homem não se livra nem mesmo na decrepitude, na velhice, quando o corpo físico não tem mais energias viris, enquanto que o espírito continua ainda preso ao desejo, o que demonstra que se trata de uma falha do espírito e não do corpo. O espírito viciado, ao desencarnar leva consigo esse defeito, que lhe custará momentos de cruéis padecimentos nos planos espirituais, não só porque lhe retarda o progresso, como pela impossibilidade de satisfazer seus desejos, na forma pela qual estava habituado aqui na Terra. Daí à prática negra do vampirismo sexual vai um só passo; e, na atualidade, aumenta sensivelmente o número desses casos dolorosos e sombrios, principalmente nas pessoas pouco instruídas e educadas.

Aliás, é o que acontece também com espíritos possuidores de outros vícios, como o fumo, o álcool, a gula, etc., os quais não podendo satisfazê-los na Espiritualidade, acorrem aos trabalhos nos terreiros e nas macumbas, para ali, através de médiuns mal preparados e de sentimentos afins, ou se apegam às pessoas que possuem os mesmos vícios, para através delas, saciarem seus desejos, usufruindo os fluídos. Atualmente as relações humanas ligadas ao sexo, sofrem tão profunda degradação, que a compreensão do assunto em bases espirituais, está mais com o passado severo e digno, do que com o presente degenerado e aceito por diversas famílias, que não querem se preocupar com os bons costumes, a moral e a responsabilidade que assumiram pela qual responderão perante Deus.

As formas, a beleza física, a sedução, a feminilidade na mulher, e a virilidade e o porte físico no homem, eis alguns elementos determinantes nas uniões dos seres humanos, nas quais imperam a sensualidade, o desejo de posse, o prazer do sexo, e o engano dos sentidos. Surge às vezes um afeto ilusório, passageiro, que estimula a relação e que se desfaz com o tempo, deixando-se levar apenas pelas exterioridades, sem o devido valor aos sentimentos, às virtudes morais, julgando verdadeiramente amar, aquilo que simplesmente é uma sedução. Confundem-se sexo que é uma necessidade fisiológica do corpo, com amor que é um sentimento que brota do íntimo das pessoas. Sexo é uma prática física, enquanto o amor é um sentimento que faz a pessoa se doar em benefício do seu próximo.

Atualmente, com o alastramento do moderno paganismo, a intimidade precoce do sexo e os maus costumes de pessoas que os jornais, o cinema, a televisão e a internet promovem amplamente, produzem enganos e um crescente relaxamento nas uniões conjugais, predominando a carne sobre os sentimentos ou valores mais nobres. A falta de amor verdadeiro, a exemplo da grande maioria das mães, de uma afinidade real e também a ignorância da vida espiritual, são as fontes de milhares de separações que ocorrem no mundo inteiro, todos os dias. Não havendo amor, um sentimento mais forte ou mesmo uma amizade sincera, mas apenas o desejo do sexo, e, sendo as leis e costumes favoráveis às separações, tudo ajuda nesse sentido negativo.

Os homens primitivos se utilizavam das mulheres e mantinham-nas sob suas garras; os homens das civilizações antigas escravizavam-nas e repudiavam-nas segundo seus desejos; entretanto, a partir da era cristã, por força da influência de Jesus, as relações melhoraram, passando as mulheres a serem valorizadas e o homem a considerar a mulher como sua companheira, esposa, mãe e senhora de direitos e deveres; entretanto, em nossos dias, caminhamos rapidamente para a desagregação familiar em virtude da licenciosidade dos costumes e a própria atitude da mulher, abandonando o lar para se lançar nas competições do mundo, inclusive adotando seus vícios, maus costumes e desregramentos, tem contribuído para esse estado.

Algumas mulheres perguntam: “Por que os homens podem tudo em termos de sexo e a mulher se é um pouco mais liberal, é logo vista de forma preconceituosa?” – Não é que os homens possam tudo e as mulheres pouco. O problema é que a sociedade distorcida em que vivemos ainda é mais tolerante com a promiscuidade masculina. Mas isso não é vantajoso para os homens, embora pareça. Tanto o homem com a mulher tem a mesma responsabilidade em relação à postura sexual adotada. Se todos os seres humanos soubessem das conseqüências que a promiscuidade sexual acarreta às suas vidas espirituais, certamente que seriam mais comedidos. Desde a revolução sexual feminina, na década de 1960, muitas mulheres acreditam que ao conseguir a mesma liberdade sexual exercida pelos homens, está conquistando um direito. È puro engano. Esse raciocínio induz as mulheres a se nivelarem por baixo com os vícios e degradações da cultura machista. O sexo irresponsável acaba gerando sérios problemas físicos, emocionais e espirituais para aquele que o pratica, independente de ser homem ou mulher.

Mas, perguntarão: E as religiões nenhum entrave colocam a essa lamentável degradação? – Sim, algumas fazem o possível teoricamente condenando o divórcio e se batendo pela moralidade dos costumes. Porém, a questão não está em proibir os divórcios, mas em se evitar que eles se dêem, mudando os sentimentos das pessoas. Para essa delicada tarefa, as religiões dogmáticas e outras doutrinas de fundo materialista, não possuem meios eficientes, porque não encaram os problemas de forma objetiva e espiritual, não admitindo as leis da reencarnação e de causa e efeito, as únicas que explicam e podem formar nos adeptos, uma mentalidade compreensiva.

A religião tradicional condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. A Doutrina dos Espíritos reconsiderou a questão, num meio termo entre os exageros pagãos, cristãos e a castidade. É através do sexo que se processa a reencarnação do espírito e é feita a substituição dos seres humanos. Como, pois, considerá-lo impuro ou imoral? – A educação sexual deve ser encarada seriamente, apoiada na pedagogia espírita. No âmbito da família, a atitude acertada é a de não responder com mentiras douradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Por exemplo: Se a criança perguntar: “Como ela nasceu?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os gatinhos e os cachorrinhos”, como também pode-se dizer: “Da barriguinha da mamãe”. Assim os pais vão vencer as dificuldades, sem lendas ou mentiras.

De todos os casos sexuais em que haja afinidade moral, aproximação de condições evolutivas ou então, compromissos anteriores à encarnação, ocorrem às uniões por afinidade espiritual. Nessas uniões, haverá ou não, conforme o caso, harmonia, entendimento e relativa felicidade que a existência neste planeta pode oferecer aos seus habitantes. Nestes casos, pode-se dizer que esta será uma união duradoura, pois tem suas raízes no encontro de espíritos afins e não pela carne. Se a finalidade da existência é apurar o sentimento a ponto do espírito se libertar do sexo e de todo o egoísmo, e exemplificar o “Amor ao próximo com a si mesmo”; se também é capaz de tornar o espírito submisso ao determinismo divino, por que então não se aproveitar dessa oportunidade, sejam quais forem às circunstâncias que tenham determinado a união, a fim de apressar a conquista das virtudes cristãs e a evolução espiritual?

Estamos vivendo atualmente, momentos sombrios em que as trevas dominam grande parte das pessoas, em que a abominação e a desolação, prevista por Jesus, campeiam no mundo... entretanto após essa tempestade de desamor e desagregação, dias virão em que o sopro da renovação, o esplendor da verdade, da justiça divina, da redenção pelo verdadeiro amor, brilhará novamente iluminando as mentes amarguradas dos seres humanos, consolando e enchendo de esperança os corações tristes e sofredores, dos que habitam este mundo, ainda de expiações e sofrimentos, que passará a ser uma morada de regeneração, paz e amor...

Virá para esta Terra, um tempo onde todos aqueles que seguiram os ensinamentos redentores de Jesus, e amarem seus irmãos verdadeiramente com sentimentos fraternais, serão mais felizes, porque nela estará implantado o Reino de Deus...



Que a Paz e o Amor do Mestre Amado Jesus, reine em nossos corações.




Bibliografia:
Livro “Vida e Sexo”
“O Espiritismo e a Próxima Renovação”


Jc.
Refeito em 07/09/2006.

Nenhum comentário: