sábado, 24 de abril de 2010

OS PENTECOSTES NA EVOLUÇÃO

OS PENTECOSTES NA EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE

“O Governo Espiritual do Planeta, deliberou que a mediunidade fosse trazida do colégio sacerdotal e das Igrejas à praça pública, a fim de que a noção de eternidade, através da sobrevivência da alma, despertasse a mente anestesiada do povo”, é a mensagem de André Luis, no livro “Domínios da Mediunidade”.

A revelação divina, em todas as épocas da Humanidade, sempre foi gradativa. Os povos primitivos, iniciantes na fé, receberam pequenas doses de ensinamentos espirituais, condicionados sempre à capacidade de entendimento. Os médiuns – atendendo as próprias condições e limitações – em todas as épocas da história das religiões, foram intermediários das instruções parceladas das Verdades Divinas, estimulando e alavancando o desenvolvimento do raciocínio da crença e o sentimento de fé, aumentando o conhecimento e fortalecendo a vontade dos seres humanos para a conquista do progresso espiritual.

Temos assim, o Pentecostes histórico, entre os costumes do povo judeu, que era uma grande cerimônia, promovida em memória do dia feliz em que Deus entregou para Moisés, as Tábuas da Lei, (os Dez Mandamentos); motivo de grande júbilo para eles, terem sido agraciados, através da mediunidade de Moisés, com a benção espiritual, de receberem em páginas de pedra e letras de fogo, o código da Lei de Deus. O povo judeu fora escolhido devido já possuir a correta crença em um Deus único, facilitando assim a idéia superior de amor, obediência e respeito aos ditames do Pai Criador. Moisés, foi sem dúvida, o grande porta-voz da Espiritualidade Superior, em receber conceitos morais tão elevados de amor a Deus, de justiça divina, da disciplina moral, do profundo respeito às criaturas humanas e o princípio do direito individual.

Para os Cristãos o Pentecostes, é uma festa que se celebra cinqüenta dias depois da Ressurreição de Jesus, em memória da descida do Espírito Santo sobre a cabeça dos apóstolos. Estes, mediunizados e inspirados fizeram as mais belas pregações, em vários idiomas, atendendo a necessidade de divulgação da revelação divina, para os diversos povos que estavam reunidos nessa festa. Emmanuel descreve esse acontecimento memorável para toda a cristandade dizendo: “... os apóstolos que se lhe mantiveram leais converteram-se em médiuns notáveis, no dia de Pentecostes, quando associadas as suas forças, por se acharem todos reunidos, os emissários espirituais do Senhor, produziram fenômenos físicos em grande quantidade, como sinais luminosos, vozes diretas, fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os ensinos do Evangelho foram ditados em várias línguas, simultaneamente, para os judeus e outros povos de regiões diversas”.

Os apóstolos portaram-se como verdadeiros médiuns, sintonizados com os Espíritos Iluminados, e, falando com grande energia e inspiração. Em Atos dos Apóstolos, cap.2 v.6, está registrado esse acontecimento que deixou todos admirados e assustados, pela magnitude e beleza dos fenômenos reveladores: “Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu à multidão, que ficou perplexa, porquanto cada um ouvia na sua própria língua os ensinos transmitidos”.

Na antiguidade, as revelações espirituais eram ensinadas exclusivamente aos iniciados que fizessem por merecer, depois de demonstrar amadurecimento e interesse perseverante no aprendizado das leis espirituais. A verdade que esteve oculta, tendo em vista o pouco conhecimento dos seres humanos, deverá no Terceiro Milênio, ser conhecida por todos, dos mais simples e analfabetos aos mais orgulhosos e sábios. Assim está escrito no Evangelho de Lucas cap.12 v.2 que mostra a impossibilidade da Verdade ser aprisionada no culto secreto: “Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido”. As Verdades do Céu serão ensinadas doravante não apenas em locais fechados, mas à luz do dia, ao ar-livre da liberdade religiosa, nas praças, nos pátios e em qualquer lugar onde haja o interesse pelo conhecimento espiritual. Profetiza Jesus, quando da chegada do Pentecostes Espiritual, para a humanidade inteira, ao dizer: “Porque tudo o que dissestes às escuras, será ouvido em plena luz, e o que dissestes aos ouvidos, será proclamado dos terraços”. Lucas cap.12 v.3.

Na França, no século XIX, ocorreu outro monumental Pentecostes Espiritual, quando dezenas de médiuns de variadas potencialidades psíquicas, deram sua colaboração de forma eficiente ao Codificador Allan Kardec, na formação das obras básicas da Doutrina dos Espíritos. Sem a participação ativa e edificante de médiuns sinceros, abnegados e anônimos, impossível seria ao Codificador reunir tantos textos doutrinários, da autoria de diversos espíritos, podendo selecionar os melhores entre os bons, pela linguagem e beleza, conteúdo e explicação didática, e registrá-los nas obras básicas... Afirmando essa autoria elevada encontramos no Evangelho de João, cap.14 v.26, o seguinte: “Mas o Consolador, que é o Espírito de Verdade, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. Esse Consolador é a legião de Espíritos Superiores – sábios e amorosos – que, sob a orientação de Jesus, trabalharam com Allan Kardec, na constituição segura, objetiva e clara das obras básicas da Doutrina dos Espíritos.

No prefácio do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, encontramos esta bela explanação: “Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, como um imenso exército que se movimenta, ao receber a ordem de comando, espalham-se por sobre toda a face da Terra”. Os Espíritos sábios não operaram somente com Kardec, mas com todos os médiuns sérios em diversos grupos na França e em vários outros países da Europa. Surgiram por toda parte belas mensagens, textos doutrinários de profunda moral, grandeza filosófica e clareza científica, de ótimo conteúdo, possibilitando a Kardec aproveitá-los nas obras da Codificação e na Revista Espírita. O Pentecostes espiritual do século XIX na verdade, era a invasão grandiosa e poderosa de legiões invisíveis – Espíritos de Luz – que trabalharam com muito amor e responsabilidade, união e fraternidade, tendo como único e sagrado objetivo, a Codificação da Doutrina dos Espíritos.

Chegou o momento exato em que o Pentecostes da Verdade será ensinado a todas as criaturas, e a todos os povos, no íntimo de todas as classes sociais, no seio de todas as famílias, no meio de todas as organizações religiosas, em todos os ambientes intelectuais e científicos, e em todos os círculos do pensamento humano. Mesmo que os seres humanos não estejam preparados e nem queiram ouvir e conhecer a Verdade, ela será trombeteada por todos os lugares e recantos da Terra. Os Espíritos do Senhor têm a sagrada missão de espalhar com amor, as sementes da Verdade. Não encontrarão barreiras intransponíveis, nem portas fechadas, nem grades de ferro da intolerância, pois penetrará a Verdade com facilidade, a maneira do ar, que corre livre e solto, da luz solar, que avança dando vida, e das ondas hertzianas que atravessam com rapidez, imensas distâncias. As certezas espirituais deverão penetrar de forma gradativa, crescente e esclarecedora, na mente e nos corações das criaturas descrentes e indiferentes...

A humanidade está alcançando a face do amadurecimento em que a mediunidade não mais será tratada como coisa do demônio, pacto com as trevas, instrumento de feitiçaria e fenômeno do ocultismo. A manifestação dos fenômenos mediúnicos na humanidade, fará com que os seres humanos passem a tratar de maneira natural, sem estranheza e sem medo, sem condenação e sem proibição. Eles perceberão nela o sentido espiritual, despertando as criaturas de todas as classes, raças e religiões, para o contato com o mundo invisível, recebendo comprovações, advertências e ensinamentos.

Será o desabrochar das faculdades mediúnicas em todos os lares, ocorrendo nos jovens como nos mais idosos; todos receberão ensinamentos devido à presença benigna mais intensa dos espíritos no cotidiano dos encarnados. Será a Espiritualidade Superior bem mais perto dos pensamentos e sentimentos, idéias e anseios das criaturas, trazendo-lhes as luzes de que tanto necessitam. A mente das criaturas já está amadurecida para melhorar a qualidade e aumentar o conhecimento das leis espirituais, tão necessárias para a regeneração da humanidade, tão afastada das coisas divinas.

O Pentecostes mundial está cada vez mais presente no cotidiano espiritual pela mediunidade das pessoas. Pela multiplicidade dos fatos e acontecimentos espirituais, os seres humanos serão levados a pensar na existência do espírito, no mundo espiritual, na imortalidade da alma, na individualidade do espírito, na existência de Deus, na reencarnação e na comunicação dos espíritos, na importância dos valores morais e no valor imenso do amor e da caridade para a felicidade humana. Sob a direção bondosa de Jesus, essa presença aconteceu em todo o século XX e vai acontecer de forma crescente em todo o século XXI e em todo o terceiro milênio.

“Os Espíritos Iluminados estão liberados para entrar em contato mais direto, tanto encarnando no mundo como assistindo as criaturas, no sentido de esclarecê-las e despertá-las para a realidade da vida espiritual”. Tudo isso acontece a fim de que a humanidade seja convocada ao conhecimento das verdades divinas, tão necessárias para a melhora do mundo. As comunicações inteligentes e as aparições dos espíritos acontecerão nos lugares mais diversos, desde o ambiente familiar até às enfermarias dos hospitais, na tela dos televisores, vozes ao telefone, como também no socorro espiritual ante os perigos da existência humana. Doravante, multiplicar-se-ão os fenômenos mediúnicos e as comunicações inteligentes e instrutivas, atrairão a atenção dos seres humanos para meditar e refletir acerca das verdades espirituais.

É oportuno ressaltar que foi por intermédio do processo mediúnico, em materializações sublimes, que Jesus ergueu o ânimo dos apóstolos, incutindo-lhes inabalável convicção quanto à imortalidade e a grandiosidade daquele movimento renovador a que eram convocados. Sob inspiração das gloriosas manifestações de Jesus, foi que a primitiva comunidade cristã enfrentou toda sorte de perseguições, regando com suor, sangue e amor, a árvore nascente do Cristianismo, para que o Evangelho se estabelecesse na Terra, como supremo marco de luzes, alicerce sublime para a edificação do Reino de Deus.

O mais grave equívoco dos dirigentes cristãos foi eliminar o intercâmbio com o Além, a partir do Cristianismo adotado como uma das religiões oficial. Atrelado ao poder temporal, o movimento nascente perdeu o contato com a espiritualidade maior, já que as orientações que chegavam dos Espíritos Superiores, contrariavam as tendências assumidas, voltadas para o culto exterior, as pompas e regalias, ignorando os propósitos preconizados pelo Mestre Amado. Isso tudo apenas veio confirmar as previsões de Jesus, na última ceia, quando informou Ele aos seus apóstolos que seus ensinamentos seriam esquecidos.

A partir de então, sem as diretrizes da espiritualidade, os teólogos cristãos enveredaram pelos caminhos percorridos pelos romanos, na concepção fantasiosa dos rituais, dos dogmas, que serviram de instrumentos terríveis de aniquilamento da razão e dos ensinos de Jesus...

Chegou o momento esperado em que a Verdade Espiritual vai de forma contínua e insistente, a todas as portas fechadas pela ignorância e descrença, fanatismo e dogmatismo, abrindo-as, pacificamente, para o entendimento das realidades espirituais e a pureza e beleza dos ensinamentos de Jesus. Falará com paciência aos débeis de fé, abrirá os olhos dos incrédulos, enternecerá o coração dos endurecidos, confundirá os negadores sistemáticos e fanatizados, fará brotar a esperança nos desiludidos e oferecerá oportunidades aos que desejam entendê-la com fé racional, sustentada na lógica e no bom senso. Desse modo, os Espíritos sábios e amorosos, sob a orientação de Jesus promoverão o Pentecostes Mundial, atendendo a vontade soberana de Deus: A Luz da Verdade será para todos os Seus bem amados filhos...

“E acontecerá nos últimos dias, disse o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos...”


Bibliografia:
Livro “Domínios da Mediunidade”
“ “Bíblia”
“ “Evangelho Segundo o Espiritismo”


Jc.
S.Luis, 16/05/2004.

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