sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O PÃO DA TERRA, O ALIMENTO DO CÉU

O PÃO DA TERRA; O ALIMENTO DO CEU

Quando fazemos as orações diárias, os que assim procedem, pedimos sempre “o pão nosso de cada dia, nos dai hoje”.

Conseguimos o pão material pelo nosso trabalho e pelo nosso merecimento, enquanto que o alimento espiritual conseguimos pelo cumprimento e pelo respeito às Leis Divinas. Entretanto, poucas são as pessoas que se preocupam em adquirir o alimento espiritual que é duradouro, para sempre. Disse Jesus, no Sermão da Montanha: “Portanto vos digo, não andeis cuidadosos, pensando o que comereis. Não é a alma, mas que a comida?”

A excessiva preocupação das pessoas pelas coisas materiais é responsável por grande parte do desassossego em que vivem. Travamos uma luta silenciosa, diariamente, não só para conseguirmos o necessário, como também o supérfluo. Sabendo disso, Jesus nos ensina que devemos nos preocupar menos com as coisas materiais e muito mais com as coisas do Espírito. Jesus não quis dizer com isso que cruzemos os braços; mas que trabalhemos confiantes no Pai Celestial, e nada nos faltará. O considerar e tratar apenas das coisas materiais apresenta grande perigo: - embrutece a alma. Todo aquele que só cuida do corpo, esquecido da centelha divina que traz dentro de si, materializa seu espírito, o que lhe acarretará grandes perturbações e necessidades na existência material, como na vida espiritual, pois quem esquece de Deus, não está amparado nem recebe a assistência divina, retardando ainda o progresso do espírito e mergulhando em dolorosas reencarnações.

Jesus nos ensinou ainda: “Olhai as aves do céu, não semeiam, contudo Vosso Pai as alimenta. Por ventura, não sois vós mais do que elas?” – Assim como Deus não abandona os mais humildes e pequeninos seres, cuidando para que tenham o alimento, assim também, se tivermos merecimento, não nos deixará faltar nada do que seja realmente necessário para a manutenção de nossa existência. Na verdade, nossos desejos, cuidados, ansiedade e ambições terrenas, não podem contrariar os desígnios de Deus. Devemos, portanto, aceitar humildemente Sua soberana vontade, porque só Ele pode dispor dos bens da Terra; e se não podemos acrescentar nada às coisas materiais que o Senhor determinou para nós, podemos aumentar em muito o nosso patrimônio espiritual, aplicando-nos em trabalhar o progresso de nossa alma.

Existem muitas pessoas julgando que o tempo empregado em assuntos espirituais, como a prece que se faz pelos necessitados e sofredores, o estudo do Evangelho, a visita a um doente, o pão repartido, o esforço para eliminar os vícios, o trabalho para nos tornarmos melhores, tolerantes, pacíficos e caridosos, seja tempo perdido, que melhor seria aproveitado no trato das coisas materiais. A todos os que procuram seu progresso espiritual, o Pai Celestial possibilitará as coisas materiais, por acréscimo de Sua misericórdia,
porquanto vosso Pai sabe que tendes necessidade de todas elas.
É maravilhosa a maneira como Jesus nos faz ver a Providência Divina cuidando da Sua criação. Desde a tenra e pequenina erva do campo, as aves e até o ser humano, tudo é objeto do Amor do Pai Celestial. Ninguém está abandonado nem desamparado; não há órfãos. A erva do campo e as aves do céu recebem seus alimentos através dos canais da Natureza, sem maiores esforços. O ser humano, entretanto, que já atingiu a idade do raciocínio, deve prover a sua própria subsistência. Deus sabe do que precisamos e todas as facilidades nos serão concedidas para vivermos. Deus deixa que as pessoas creiam que o pão terrestre é conquista delas, para que se aperfeiçoem no dom do trabalho. A verdade é que o pão de cada dia procede da Providência Divina. Senão vejamos: O lavrador cavará o solo, espalhará as sementes, cuidará e defenderá a lavoura e cooperará com a Natureza, mas... a germinação, o crescimento, a floração e a frutificação não são realizadas pelo lavrador, pois são da vontade do Pai Celestial.

‘Trabalhai, não pela comida que perece e precisa sempre ser renovada, mas pelo alimento que permanece para a Vida Eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque vem de Deus”. O alimento da Terra acaba com o corpo enquanto que o alimento espiritual permanece para sempre. Quem somente se preocupa com o pão da terra, não tem o alimento do Céu; entretanto, quem trabalha pelo alimento do Céu, tem também por acréscimo, o pão da terra. No trabalho exclusivo do pão terreno, os membros se cansam, o suor goteja, o cérebro se aniquila, a existência se extingue. Entretanto, no trabalho do alimento do Céu, a fronte se eleva, o corpo se fortalece, a mente se aclara, a alma se engrandece e a existência se eterniza. “Trabalhai pela comida que precisa sempre ser renovada para manter o vosso corpo, porém não descuideis do alimento da alma, que permanece para a Vida Eterna”.

Joanna de Angelis, no livro “Alerta”, comenta: “Aplicas dinheiro na bolsa de valores, no mercado de capitais, em ações, atormentando-te com resultados incertos. Investes em títulos e moedas estrangeiras, em seguros diversos, pensando nas surpresas da má sorte. Acumulas cédulas, compras metais e pedras preciosas, resguardando-te em previdência. Adquires imóveis e contas de poupança capitalizando juros ante a inflação que elimina os recursos financeiros...”. Todas essas atitudes são materiais, e nos tempos atuais, mais realidade adquire essas palavras, neste mundo em que, ao lado daqueles que lutam para sobreviver, existem aqueles que esbanjam para “super-viver”, mesmo que isso custe a eles uma dívida moral perante a justiça divina.

Joanna complementa afirmando: “Entretanto, por maior prudência e previdência, os rumos do futuro são imprevisíveis. As bolsas, os mercados, os títulos, os imóveis, as jóias e os seguros não oferecem paz a ninguém... Muitos investidores, nos jogos e oscilações, ficam na miséria, enlouquecem, suicidam-se e, mesmo que tudo transcorra em ritmo normal, com resultados felizes, os bens de que se fizeram mordomo temporário, amanhã mudam de mãos com a
chegada da morte”. Eis aí a grande realidade para a qual muitos fecham os olhos e outros se servem da corrupção, da impunidade, da violência, da violação dos direitos do próximo, tentando amealhar valores do mundo, que no mundo permanecerão, porque não poderão levar para o outro mundo. Por isso, nos sugere Joanna: “Investe no amor; transforma parte dos valores em pães, títulos de instrução, capitais de medicamentos, amparo às existências dos que falecem na miséria e na fome; porque, bom investidor, é aquele que, aplicando valores no campo social, pensando no exemplo de Jesus e seguindo a Lei de Deus, se faz merecedor das graças divinas no Plano Espiritual, para onde deverão ir um dia”.

O melhor dia para iniciarmos a prática do bem e do amor foi ontem, mas, mesmo assim, não percamos a oportunidade do dia de hoje, para que amanhã não tenhamos que lamentar a ocasião perdida e o vazio em nossa existência... Cientes da nossa responsabilidade, não podemos deixar de participar sempre das reuniões evangélicas, onde é feita a distribuição do alimento espiritual que alimenta para sempre, a exemplo da água viva, oferecida por Jesus, para a mulher samaritana; jamais ela voltaria a ter sede.

Se porventura alguém acha que cinco minutos, duas vezes ao dia, em 24 horas, o mínimo tempo de comunhão com o Pai Celestial, for demorado, é melhor se preparar para dificuldades e sofrimentos que podem tanto ser na Terra como na Espiritualidade. Tudo tem um fim neste mundo; o dinheiro se acaba, a saúde termina, as posses terrenas se esvaem, as preocupações, os compromissos e até o nosso corpo se acaba, mas as palavras do nosso Divino Mestre Amado permanecem em nosso espírito para sempre, porque são “Palavras da Vida Eterna”.

O nosso principal dever é lutar para conseguir os bens imperecíveis da alma, os bens espirituais, realizando assim o Reino de Deus em nosso íntimo. Quanto às coisas materiais, podemos estar tranqüilos: A Providência Divina fará com que elas nos cheguem às mãos, à medida que nossas necessidades reais se apresentarem. Não são alimentados por Ele os pássaros do Céu?’



Bibliografia:
Evangelho de Jesus
Livro “Alerta”

Jc.
S.Luis, 20/01/2009

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