sábado, 5 de fevereiro de 2011

JC - MEUS CONTATOS COM O ESPIRITISMO

Jc = MEUS CONTATOS COM O ESPIRITISMO

Nasci e me criei no bairro do Anil, na cidade de São Luis-MA., fazendo parte de uma família muito pobre e humilde, constituída de 12 irmãos, cujos pais Edésio Castro e Joana Tavares Castro, já desencarnaram. O meu pai não cheguei a conhecer, porquanto quando ele faleceu na cidade de Pinheiro-MA. para onde tinha ido para se tratar, e lá faleceu, eu tinha apenas 1 ano de idade. Minha mãe ficou viúva sem qualquer condições e por isso passamos muitas privações e necessidades, mas graças a Jesus de quem ela era muito devota, as suas orações e seus exemplos de resignação, humildade, honestidade e trabalho, com muitas dificuldades, porquanto não existia nenhuma forma de assistência social naquele tempo (1931/32), conseguiu criar os seus filhos, sem que qualquer um deles se tornasse marginal, por força da criação austera e dos exemplos dignificantes que nos transmitiu. A minha mãe católica, conheceu o Espiritismo e a ele se integrou; e dos filhos, apenas três adotaram essa doutrina como fé religiosa; o Oliveiros de Assunção Castro (mais conhecido na doutrina como Oli de Castro), o Roldão Tavares de Castro, ainda na existência terrena, morando em Belém-PA., e eu, Jurandy Tavares de Castro.

Com a idade de 4 a 5 anos, levado pela minha mãe, por ser o caçula e não poder ficar só em casa, iniciei o meu contato com uma Casa Espírita. Na verdade o que eu queria era ficar brincando com as outras crianças, ou mesmo dormindo na minha rede. Pois as sessões espíritas eram realizadas a noite e em local fechado em virtude da perseguição ao Espiritismo, movida pela Igreja Católica, que dizia ser coisa do demônio, e era apoiada pelo governo. Geralmente, no início das sessões, a curiosidade me aguçava os sentidos, pois via as pessoas (médiuns), umas gemendo, outras falando e eu não entendia nada daquilo. Depois a imobilidade me causava sono e sempre acabava dormindo, até o final, quando era acordado pela minha mãe para voltarmos para casa. Nessa idade, é comum as crianças, quando estava deitado tive a visão de um velhote barbudo e sorrir para mim no telhado da nossa casa. No dia seguinte nossa mãe me levou a Igreja e o reconheci na imagem de S. José.

Na minha juventude, sempre acompanhado da irmã Salma e da nossa mãe, freqüentávamos o Centro Espírita “Olhar de Maria” do Mansueto, ou o Centro do Waldomiro Reis, na Rua dos Afogados, e algumas vezes, a Juventude Espírita Maranhense, no Anil, da qual fizemos parte como fundadores, eu, e meus irmãos Inaldo e Salma, e hoje conhecida como “Associação Espírita Lar de José”.

No ano de 1949, meu irmão Oli de Castro que morava em Belém-PA., passou por São Luis, de volta do Rio de Janeiro, onde fora participar do 1º Congresso Espírita Brasileiro, e nos levou (mamãe, meus irmãos Inaldo, Salma e eu) para Belém. Lá passamos a freqüentar a Mocidade Espírita Paraense e fazíamos a Campanha do Quilo, para ajudar na construção do “Lar de Maria”. Depois de meses, viajamos para o Rio de Janeiro e fomos morar em Nova Iguaçu, onde passamos a freqüentar o Centro Espírita Fé, Esperança e Caridade, e, novamente ingressamos na Campanha do Quilo, para a manutenção do “Lar de Jesus”, naquela cidade. Naquela ocasião, participando do movimento espírita, tivemos a satisfação de conhecer vultos importantes do Espiritismo: Professor Leopoldo Machado, Atlas de Castro, Alziro
Zarur e outros que não recordo os nomes.

Em 1950, regressamos ao Maranhão (mamãe, eu e minha irmã Salma), e como não tínhamos casa em São Luis, fomos morar no interior, na cidade de Rosário, onde esquecido o Espiritismo, passei a viver os prazeres da juventude e abusar da bebida. Dois anos depois, resolvido a acabar com aquele tipo de vida, pedi a minha mãe e viemos morar em São Luis. Nesta cidade, a minha existência se modificou e após me integrar no “Lar de José”, criei e mantive no ar, durante anos, pela Rádio Timbira, o programa “Luz na Penumbra”.

Em 1961, já casado e com dois filhos, resolvi tentar a vida no Rio, a convite do meu irmão Inaldo que tinha ficado em Nova Iguaçu, quando fomos com o Oli. No Rio de Janeiro fiquei com a família (esposa e 4 filhos) durante 25 anos. Apesar do meu trabalho de vendedor das Indústrias Granfino S/A, muito cansativo, e da minha vida desregrada e de envolvimento com mulheres, freqüentava de vez em quando, a Federação Espírita Fluminense, tendo nessa época, passado a assistir a uma velhinha e ajudado o Abrigo Cristo Redentor, instituição beneficente localizada em São Gonçalo-RJ.

Em 1986, forçado por crises de asma, deixei a minha família no Rio, e regressei ao Maranhão, para viver os meus últimos anos de vida. Aqui chegando, mais uma vez enveredei pelos caminhos dos prazeres do mundo, chegando a freqüentar o então existente clube noturno “Tom Marrom”, a semana inteira. Entretanto, existia na minha mente, a convicção de que não era aquela a vida que deveria levar e tinha me feito voltar para o Maranhão, mas que havia algo de mais nobre a realizar. Procurei então o “Lar de José” e comecei a me integrar no trabalho assistencial ali desenvolvido. Voltei a me tornar sócio contribuinte e sempre que possível, lá estava a levar bombons e a brincar com as crianças internas, levando a minha colaboração e participando das feijoadas beneficentes.

No, Natal de 1988, resolvi para alegrar as crianças, me fantasiar de “papai-noel”, levando saquinhos de doces para as crianças do “Lar de José” e para os idosos do “Asilo de Mendicidade”, instituição em que já prestava também a minha humilde colaboração. Em 1990, foi a vez de me aproximar da “Escola de Cegos” e passar a prestar a minha ajuda aos irmãos deficientes da visão. Em 1991 resolvi não mais me fantasiar de “papai-noel” por achar que estava promovendo um símbolo que representava o consumismo, em vez de representar o Natal do Senhor. Até hoje tenho o costume que aprendi com a minha mãe, de montar um Presépio na nossa casa, não só para lembrá-la, como também para homenagear o Mestre Amado Jesus.

Em 1992, voltei a apresentar pela Rádio Ribamar, o programa Cristão-Espírita “Luz na Penumbra”, que permaneceu no ar até agosto de 1994, quando a estação de rádio saiu do ar. Em 1993, a convite do meu sobrinho Rinaldi, conheci o Centro Espírita “Lar de Maria”, no bairro da Vila Nova em São Luis, e a esta casa de caridade e amor, passei também a prestar minha humilde colaboração. Em 2005, fui eleito para a Diretoria da Associação Espírita Lar de José, exercendo o cargo de Tesoureiro até o ano de 2008, quando findou meu mandato. Durante esse período procurei fazer o melhor que pude não só para as crianças internas, as idosas assistidas, os funcionários e a própria Entidade, deixando-a em situação bem estável.

Findo meu mandato na “Associação Espírita Lar de José”, continuei a prestar minha colaboração à “Associação Espírita Lar de Maria”, à “Seara Espírita Deus, Cristo e Caridade”, passei a dar maior apoio ao “Centro Espírita Graça de Jesus”, que conheci quando convidei os seus dirigentes para participar do programa “Luz na Penumbra” que apresentava na Rádio Ribamar. Posteriormente, me associei ao mesmo e atualmente estou exercendo o cargo de vice- presidente, onde iniciamos um trabalho que realizávamos no “Lar de José” com as idosas e também começamos com aulas de evangelização para crianças. Atualmente, juntamente com a esposa, estamos também freqüentando a “Associação Espírita Emmanuel”, localizada no Cohatrac IV, as quartas-feiras.

Por seis vezes, portanto, entrei no Espiritismo, mas somente na sexta vez, foi que o Espiritismo entrou em mim, me auxiliando a tentar me tornar uma nova pessoa, conforme disse o discípulo Paulo, pela orientação dos livros espíritas e exemplos de muitos irmãos. Dada a minha condição de espírito ainda imperfeito, no meu dia-a-dia, sobram atos de ignorância, de impaciência, de incompreensão, de intolerância e de desamor, e, faltam expressões de humildade, de paciência, de compreensão, de tolerância, de amor e de perseverança, para com meus atos em relação aos outros, a fim de que possa evoluir sem a necessidade de sofrimentos.´Apesar de todas essas minhas imperfeições, e, confiado de que “o verdadeiro espírita é aquele que tenta se livrar das suas imperfeições”, me considero uma Nova Pessoa, porque tomando conhecimento da filosofia espírita, compreendi e achei as respostas a muitas indagações do meu espírito; porque entendi que somente fazendo aos outros o que quero para mim, poderei evoluir espiritualmente; passei a adorar um Deus-Pai, um Deus de Amor, de Bondade, de Misericórdia, que sempre tem me amparado e aos meus familiares, ao contrário de um deus carrancudo, ameaçador, injusto e vingativo
que aprendi nas aulas de catecismo, na época da minha infância.

Sou melhor hoje? – Tento ser, apesar das minhas imperfeições como qualquer outro ser humano; porque, como ensina a Doutrina dos Espíritos, cada existência é sempre uma nova etapa de evolução do espírito; estou conseguindo pelo exercício da fraternidade, em vez de ser pela reparadora dor. Nas minhas orações, todos os dias estou pedindo ao Pai Celestial, forças para ser melhor a cada dia; para ter pensamentos melhores; para proferir palavras menos rudes e ofensivas, para ajudar outros que estejam necessitados de uma orientação; para finalmente praticar atos que me torne um cristão, e não apenas ter o rótulo de cristão.

Para neutralizar minhas atitudes negativas, tento emitir pensamentos positivos e saudáveis, mesmo sem o domínio completo dos meus pensamentos que às vezes ainda se apegam a coisas negativas; com relação as palavras, algumas vezes melhor seria se a minha língua, que vive numa caverna, fosse privada da fala, porque é por meio dela que criamos a maioria dos nossos débitos; já os meus atos, tomo cuidados ao praticá-los, mas mesmo assim, alguns são realizados impulsivamente, sem reflexão, pelos quais sou responsabilizado e colherei os frutos da minha atitude...ainda sou muito pecador, lutando para melhorar. Graças a Doutrina dos Espíritos, já sei que os Espíritos Superiores se comunicam também pelo pensamento. Assim sendo, na jornada evolutiva tenho o dever de tentar o domínio dos pensamentos, vigiar as palavras e ocupar o tempo disponível que ainda tenha na Terra, no trabalho abençoado da caridade e da fraternidade aos meus semelhantes.

Leon Denis, na obra “Depois da Morte”, diz: “Lembra-te de que a existência é curta. Enquanto ela durar, esforça-te por adquirir o que vieste procurar neste mundo: o verdadeiro aperfeiçoamento. Possa teu espírito daqui sair melhor e mais puro do que quando entrou! Acautela-te das armadilhas da carne; reflete que a Terra é um campo de batalha onde a alma é á todo momento assaltada pela matéria e pelos sentidos. Luta corajosamente contra as paixões vis; luta pelo espírito e pelo coração; corrige teus defeitos, abranda teu caráter, fortifica tua vontade. Eleva-te pelo pensamento, acima das vulgaridades terrestres; dilata as tuas aspirações sob o céu luminoso.” Esse é o meu objetivo na presente existência, caindo e levantando, fracassando e prosseguindo sempre.

Há poucos dias, criei um ”site” na Internet para que não se perdesse os artigos que vêm me servindo nas minhas exposições nos Centros Espíritas, e também para que outras pessoas possam tomar conhecimento dos mesmos. Para que isso seja possível, basta apenas digitar: http://ortsac.blogspot.com

Meditando nas palavras do Divino Mestre Amado Jesus, tenho procurado fazer do trabalho, da caridade e da oração, o vínculo a me aproximar do nosso Pai Celestial.
Obrigado, obrigado, obrigado Senhor meu Deus, meu Pai meu Criador, por mais esta existência, por mais este dia e por todas as bênçãos que tens proporcionado a mim e aos meus familiares. Obrigado, Senhor pela família que me destes, obrigado Senhor, pelo teto, pelo agasalho, pelo alimento, pela paz, pela saúde, pelas expiações que tenho passado, pela minha melhora espiritual, obrigado enfim, por tudo o que me concedestes que, como a minha mãe, creio em ti, Senhor da minha vida...

Esta é a minha história esta é a minha existência,
Jurandy T. de Castro
Jc.
21/12/2009 Refeito em 12/ 2010

OBS:
Quando iniciei a confecção destes artigos, apenas para exposições nos Centros Espíritas desta cidade (São Luis), usei trechos de artigos e livros diversos sem me preocupar de mencionar os autores. Com o passar do tempo, juntei mais de 140 artigos e, como não desejo que se perca esse trabalho de tantos anos, resolvi criar um blog para que outras pessoas possam tomar conhecimento dos assuntos tratados nos mesmos. Assim sendo, uma vez que atualmente me é impossível nomeá-los, venho pedir desculpas aos seus autores, por ter usado textos que não são meus, nos artigos.

Jc.

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