segunda-feira, 30 de maio de 2011

O A M A N H Ã

O AMANHÃ

Muitas vezes, em cada dia, semana e mês, repetimos a palavra “amanhã”. Costumamos dizer “amanhã” para o vizinho que nos pede cooperação para um problema particular. Às vezes, também dizemos “amanhã”, para um amigo ou parente, que nos pede algo, usando essa palavra para nos livrar de um compromisso. Sempre que nos surge a dificuldade, pedindo um maior esforço na solução, apelamos para o “amanhã”. Sem dúvida, o “amanhã” constitui luminosa esperança, como a renovação do Sol no horizonte, mas também representa a nossa recusa em fazer o serviço que nos compete realizar. É da lei que a “conta durma como o devedor”, acordando com ele no dia seguinte.

No instituto da reencarnação, transportamos conosco, onde quer que estejamos, as oportunidades do presente e os débitos do passado. É assim que os ricos de hoje, vivendo na avareza e no egoísmo, voltarão amanhã no martírio dos pobres, para conhecerem, de perto, o infortúnio e as duras lições da necessidade; e, os pobres, cheios de inveja e ódio, retornarão na condição dos ricos, a fim de saberem quanto custam a tentação e a responsabilidade de possuir fortuna e títulos distintos do mundo, quais sejam de magistrados, médicos, etc., quando menosprezam as concessões com que Deus lhes premia o campo da inteligência, delas fazendo instrumentos de escárnio às lutas e dificuldades do próximo; estes ressurgirão no banco dos réus e no leito dos nosocômios, de modo a experimentar os problemas e as angústias do sofredor.

Filhos indiferentes e ingratos retornarão como servos apagados e humildes no lar que não participaram; pais insensatos e desumanos regressarão no ambiente familiar, recolhendo dos descendentes, os frutos amargos do vício e da criminalidade, que cultivaram com o proceder; mulheres enobrecidas que fogem ao ministério doméstico, e por vezes, provocando o aborto delituoso pela fome de prazer, reaparecerão enfermas e estéreis, tanto quanto homens robustos, que envilecem a existência no abuso das dádivas da natureza, ressurgirão no mundo, carregando no próprio corpo o desequilíbrio e a moléstia que adquiriram.

Nunca devemos esquecer, portanto, de que o bem é o crédito infalível no livro da eternidade, e recordar que o “depois” será sempre a resultante do “agora”, do “hoje”. Todo instante é recurso de começar pela execução do “hoje” sem que seja preciso o “depois”. Toda hora e todo dia é tempo de renovar o nosso destino para melhor. Não devemos, pois, deixar para “amanhã” o bem que possamos fazer. . . Façamos hoje.

Como o passado, o presente e o futuro; o ontem, o hoje e o amanhã, significam o mesmo tempo, existe, porém, uma diferença com relação ao “amanhã”, que se analisarmos bem, nunca chega e permanece sempre no futuro. Vejamos então, o que acabo de dizer:

Podemos definir o passado ou o ontem, citando uma data que já passou. Exemplo:
13 de janeiro de 2011 ou sábado passado, dia 21/05/2011.

Podemos definir o presente ou o hoje, citando um fato ocorrido ou que vai acontecer ainda neste dia. Exemplo:

Eu acordei e vou tomar ( hoje), chá em vez de café. (quarta-feira ou 25/5/2011)

Podemos também definir o futuro ao dizer que vamos ao cinema no sábado (28/5/2011), mas não podemos dizer que vamos ao cinema “amanhã”, porque o “amanhã” estará sempre no futuro. Exemplo:

O relógio do tempo ao indicar meia-noite, o dia que findou saiu do presente (hoje) para o passado (ontem), logo que o relógio acuse o primeiro segundo após a meia-noite; o que era o “amanhã” (futuro) passou para hoje (presente), ficando o “amanhã” como sendo o dia seguinte, permanentemente no futuro.

Assim, quando dizemos “amanhã” esse dia nunca chegará, porquanto o “amanhã” estará sempre se perpetuando no tempo.

Diga então, no dia 28 deste mês, ou no sábado desta semana, ou no sábado da semana seguinte (4/06/2011), ou em outra data, ou outra semana qualquer, para determinar o dia que vai ao cinema.


Bibliografia:
Livro “Religião dos Espíritos”
+ acréscimos e pequenas modificações.

Jc. - S.Luis, 25/5/2011

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