sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A PSICOLOGIA DA ORAÇÃO




 
Convencionou-se ao longo do tempo, que a oração é um recurso emocional e psíquico para o ser humano rogar e receber benefícios da Divindade, porém, ele a tem transformado em instrumento de ambição pessoal realmente distante do seu alto significado psicológico. A oração é uma invocação; por ela um ser se coloca em comunicação mental com outro ser ao qual se dirige. Ela pode ter por objetivo um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. Pode-se orar por si mesmo ou por outrem, pelos vivos e também pelos que estão ”mortos”. O que Deus nos concederá, se nos dirigirmos a Ele com fé, é a coragem, a paciência e a resignação, nos concedendo ainda, os meios de sairmos nós mesmos das dificuldades, com a ajuda das ideias que nos são sugeridas pelos Espíritos Superiores, deixando-nos o mérito.

 A oração é um precioso recurso que faculta a aquisição da autoconsciência, da reflexão, do exame de valores emocionais e espirituais que dizem respeito à criatura humana. Tornando-se delicado campo de vibrações especiais, enseja a sintonia com as forças vivas do Universo, constituindo-se veículo de excelente qualidade para a vinculação da criatura ao seu Criador.

Todos os seres transmitem vibrações em faixas especiais que correspondem ao seu nível evolutivo, ao estágio intelecto-moral, às aspirações e atos, nos quais se alimentam e constroem a existência. A oração é o mecanismo sublime que permite a mudança da onda para campos mais sensíveis e elevados do cosmo. Em face deste mecanismo, torna-se indispensável que se compreenda o significado da oração, sua finalidade e a maneira mais eficaz, através da qual se pode alcançar o objetivo desejado.

Inicialmente, orar é abrir-se ao amor, ampliar o círculo de pensamentos e de emoções, liberando-se dos habituais vícios, a fim de se criar novos campos de harmonia interior, de forma que todo o ser beneficie-se das energias hauridas durante o momento especial. A melhor maneira de se alcançar esse parâmetro é racionalmente louvar a Divindade, considerando a grandeza da Criação, permitindo-se vibrar no seu conjunto, como seu filho, assimilando as incomparáveis concessões que constituem a existência.

Considerar-se membro da família universal, tendo em vista a magnanimidade do Pai e sua inesgotável misericórdia, enseja àquele que ora, o bem-estar que propicia a captação das energias saudáveis da vida. Logo em seguida, ampliar o campo do raciocínio em torno dos próprios limites e necessidades, predispondo-se a aceitar todas as ocorrências que dizem respeito ao seu processo evolutivo, mas rogando compaixão e ajuda, a fim de errar menos, acertar mais e de maneira edificante apressar o passo para o bem.

Nesse clima emocional, evitar a queixa doentia, a fraqueza dos conflitos e exterioridades ante a magnitude das bênçãos que são hauridas, apresentando-se desnudado das aparências da personalidade convencional. Não é necessário relacionar sofrimentos, nem explicar anseios da mente e do coração, porque o Senhor conhece a todos os seus filhos, que são autores dos próprios destinos e ocorrências, mediante, o comportamento mantido nas experiências da evolução. Por fim, iluminado pelo conhecimento da própria pequenez ante a grandeza do Amor Divino, externar o sentimento de gratidão, a submissão às leis que mantêm o Universo, os astros e a infinidade de vidas.

Tudo ora no cosmo, desde a sinfonia interminável dos astros em sua órbita, mantendo a harmonia das galáxias, até os seres infinitesimais no mecanismo automático de reprodução, fazendo parte do conjunto e da ordem estabelecida. Em toda parte vibra a vida nos aspectos mais complexos e simples, variados e uniformes. Sem qualquer esforço da nossa vontade, circula o sangue por mais de 150 quilômetros de veias, vasos, artérias, em ritmo próprio para a manutenção do organismo humano. Funções outras, mantidas pelo sistema nervoso autônomo, obedecem a equilibrado ritmo que as conserva em atividades harmônicas. As estações do tempo alternam-se, produzindo as variadas manifestações dos organismos vivos, dentro de delicadas ondas de luz e de calor que lhes facultam a existência, a manifestação, o desabrochar, o fruto, tudo submetido á lei do Amor.

O ser humano, enriquecido pela faculdade de pensar e dotado do livre-arbítrio, que lhe propicia escolher, atado às heranças do primarismo da escala animal por onde transitou, experimenta mais as sensações do imediatismo do que as emoções da beleza, da harmonia, da paz, da saúde integral. Reconhece o valor incalculável do equilíbrio, no entanto, estigmatizado pela herança do prazer, entrega-se ao excesso até a exaustão, ou permite-se sucumbir pela revolta nos transtornos de conduta, como forma de imposição grotesca. Porém, ao descobrir a oração, logo se permite exaltar falsas ou reais necessidades, desejando respostas imediatas, soluções mágicas, para atendê-las, distante do esforço pessoal de reabilitação, realização e crescimento.

Está claro que não alcança as metas desejadas, aquele que assim procede, pois que ainda não pode percebê-las, por nele faltarem os requisitos básicos para o estabelecimento da harmonia interior. A oração é o campo onde se expande a consciência e o Espírito eleva-se aos paramos da luz irradiante do amor de Deus. Quem ora, ilumina-se de dentro para fora, tornando-se uma onda de superior vibração em perfeita consonância com a ordem universal. Os sentimentos inferiores e o egoísmo não encontram lugar na partitura da oração. Torna-se necessário desfazer-se desses sentimentos perturbadores, para que haja sincronização do pensamento com as delicadas vibrações divinas.

A psicologia da oração é o vasto campo dos sentimentos que se engrandecem ao compasso das aspirações dignificadoras, que dão sentido e significado à existência na Terra. Inutilmente gritará a alma em desespero, rogando soluções para os problemas que lhe compete equacionar e resolver, mesmo que assistido pelos Mentores Espirituais, compadecidos da pequenez humana. Se não ocorrer a sintonia entre aquele que ora e a fonte exuberante da vida, as respostas, mesmo quando oferecidas, não são captadas pelo transtorno da mente exacerbada. Quando desejares orar, acalma o coração e a mente, assumindo uma atitude de humildade e de aceitação, a fim de que possas falar àquele que é o Pai de misericórdia, que sempre providencia todos os recursos necessários a que o ser humano conquiste a sua plenitude evolutiva.

Convidado a ensinar aos seus discípulos a melhor maneira de expressar a sua oração, Jesus foi taxativo e gentil, propondo a exaltação ao Pai, em primeiro lugar, e, em seguida, a gratidão e as rogativas, dizendo: - “Pai Nosso, que estais no Céu; santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, na Terra como no Céu...” E, complementando, disse ainda: “Em qualquer lugar em que se encontrem duas ou mais pessoas reunidas em meu nome, aí eu estarei no meio delas”.

A oração é recomendada por todos os Espíritos Superiores; renunciar à oração é desconhecer a bondade de Deus, é renunciar à sua assistência e bondade. Entrega-te, pois, a Deus, e nada te faltará, não o que pedes, mas o que necessita e que seja importante à conquista da harmonia, para a aquisição da saúde integral e da paz, desejada na oração...

                                                                         Joanna de Ângelis

Obs:

(Página psicografada pelo médium

Divaldo Pereira Franco, na manhã do

Dia 29/10/2012, em Sidney-Austrália).

Revista “Reformador” – julho/2013

“O Evangelho Segundo o Espiritismo”

+ Pequenas modificações.

 

Jc.

São Luís, 21/8/2013

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