segunda-feira, 25 de novembro de 2013

AS DORES E AS DOENÇAS




  
AS  DORES

Dor é a sensação desagradável ou penosa que se segue à lesão (traumática, inflamatória, degenerativa, etc.) de alguma parte do organismo. A dor é um sintoma bastante comum em doenças de praticamente todos os órgãos, aparelhos e sistemas orgânicos. Os estímulos que vão produzir a sensação de dor podem provir das vísceras ou da periferia do corpo (pele, músculos, periósteo e articulações), caminham até a ponta posterior da medula espinhal, sobem pelo feixe espinotalâmico, alcançam o tálamo e, finalmente, o córtex do cérebro. A dor pode ser sentida no próprio local da zona afeta ou em pontos distantes desta (dor referida).

Existem cerca de 150 tipos de dores de cabeça (Cefaleia) catalogadas por especialistas, mas apenas uma delas é recorrente em cerca de 80% dos casos relatados por pacientes: a cefaleia tensional, causada por tensões do dia a dia, mais conhecida como estresse. O primeiro a sentir as consequências de que algo não vai bem é o corpo. As manifestações se dão das formas mais variadas. Sintomas mais frequentes: 1- Pescoço, nuca e ombros duros; 2- Dor de cabeça, que pode durar 30 minutos a sete dias; 3- Dor leve e moderada nos dois lados da cabeça; 4- Sensação de que a cabeça está sendo espremida; 5-A dor não vem sempre acompanhada de náuseas ou enjoos.

A dor de cabeça pode ser causada por doenças locais, como sinusite, abscesso dentário, doenças oculares, inflamações das meninges, e doenças sistêmicas ou gerais, como a febre, hipertensão, nefrite, policitemia. A enxaqueca é uma dor de cabeça de origem vascular, que ataca mais um lado da cabeça (hemicrania) e se faz acompanhar habitualmente de distúrbios visuais e digestivos. Quando a pessoa está prestes a sofrer uma crise de enxaqueca, ela pressente uma áurea e ás vezes sente enjoos, tontura e enxerga pontinhos brancos brilhando. Geralmente, nas crises, evita o sol, a claridade e o barulho, que lhes agravam o sofrer.

O peso das preocupações, o nervosismo e a irritabilidade se manifestam em locais como ombros, pescoço e nuca. A musculatura dessa região pode dar origem ao que se conhece por dor de cabeça tensional. Outros fatores podem colaborar para o aparecimento da cefaleia tensional, como sedentarismo, vícios de postura – ficar muito tempo na frente do computador ou de jogos eletrônicos – problemas na circulação temporo-mandibular e situações externas, como variações de temperaturas e forte umidade do ar.

Como reconhecê-la?  “Na cefaleia tensional, a dor de cabeça costuma surgir como um aperto ou pressão, de intensidade fraca a moderada, normalmente, aparece nos dois lados da cabeça e não costuma vir acompanhada de enjoo e intolerância à claridade”, explica o neurologista Douglas Kazutoshi Sato.

Ante um enfermo que apresente dor, o médico procura investigar, em minucioso interrogatório, para um bom diagnóstico, as seguintes características do sintoma: 1- o tipo de dor, isto é, se é uma dor real? aguda? surda? cólica?; 2- sua localização; 3- sua irradiação; 4- duração da crise e duração total; 5- seu modo de aparecer, isto é, se foi súbito, se foi de dia ou de noite, se foi intermitente ou constante; 6- quais os fatores que agravam ou aliviam a dor, entre emoções, alimentos, micção, evacuação, tosse, espirro, respiração profunda, movimentação em certa posição do corpo, menstruação, alterações do tempo; 7- que sintomas ocorreram em associação com a dor. 

A dor é apenas o sintoma de alguma doença. O tratamento da dor consiste basicamente em eliminar-se a causa. Ao lado disso, pode-se fazer o tratamento sintomático da própria dor por vários meios, como: o repouso, o calor (mediante sacos de água quente), compressas quentes, lâmpadas infravermelhas; outras vezes, se faz necessário o frio (bolsa de gelo e compressas frias); medicamentos como: aspirina, fenacetina, codeína, metadone, clorpromazina e anestésicos, são recomendados nos casos.

Geralmente são indicados para tratar a cefaleia tensional, analgésicos em menores doses, associados com relaxante muscular e cafeína. É possível ainda evitar que a dor dê sinais adotando alguns hábitos saudáveis que ajudam a driblar o estresse. Praticar exercícios físicos regularmente, ginástica para alongar e relaxar os músculos e ioga pode ser alternativas eficazes de prevenção.

Existem também outras dores conhecidas: dor cardíaca; dor torácica, dor abdominal, dor vascular, dor causada pelos cálculos renais e pela próstata inflamada que privam a saída da urina da bexiga, que é das mais sofridas nos homens, dores do parto que é sofrida pelas mulheres e outras dores, como: cólicas, dor de dente, dor de ouvido, dor de garganta, etc., que acometem o ser humano, causando muitos sofrimentos cada uma delas, necessitando de um diagnóstico e de remédios para saná-las...

 

AS  DOENÇAS

Em geral, não estamos preparados para lidar com nossas doenças e nem com as das outras pessoas. A doença é também uma tarefa espiritual e não apenas física. Refletir sobre o papel espiritual que a doença representa nos ajuda a conhecer melhor o próprio corpo e a conviver conosco mesmo com mais prudência e consciência. Uma doença pode ser uma oportunidade da pessoa se voltar mais para Deus e permanecer em sua presença o tempo que for necessário. A doença pode ser utilizada por Deus que quer nos tocar e mostrar sua misericórdia e seu amor.

Não é necessário procurar em cada doença onde pecamos ou o que fizemos de errado, pois, o sentimento de culpa e autopunição não ajuda em nada. A crueldade para consigo mesmo causa um desastre e só dificulta o processo de recuperação. Antes de tentarmos ser perfeitos, devemos ser misericordiosos conosco mesmos. A nossa saúde física requer cuidado com nossos pensamentos e sentimentos. A maneira como expressamos o amor à nossa própria pessoa revela a força interior e a vitalidade da nossa vida espiritual. Em momentos de doença, precisamos exercitar o amor e a aceitação para nossa realidade. Quem compreende sua existência como dádiva de Deus procura servir a Deus com amor também na doença. A pessoa tensa e agitada, demonstra que algo não está bem em sua vida espiritual, que deve ser elevada para manter o corpo saudável. A oração com atenção ajuda ao próprio corpo. Trata-se de perceber o que Deus quer nos comunicar através dos sintomas e das reações do corpo. Nunca podemos negar nossa fragilidade. Somente quando a pessoa se humilda a Deus de corpo e alma, a sua luz pode curar a pessoa como um todo. A fé tem uma dimensão terapêutica, e o exame de consciência é um encontro com Deus, não um peso de culpa por algo errado.

Vida espiritual elevada significa existência saudável para o corpo e a alma. A alegria fortalece o Espírito e o corpo, enquanto que o desânimo é um dos maiores obstáculos da saúde. De uma crise existencial emerge também a tristeza, deixando a pessoa irritada, com lamúrias e constantes reclamações, destruindo o que há de mais precioso dentro de nós, que é nossa paz interior. Muitas doenças são ocasionadas de mágoas não superadas ou mesmo falta de perdão. Nossa existência é sempre medida pelo amor que gera uma nova relação com Deus e com as demais pessoas, pois, o amor é a saúde da alma. A luz de Deus pode transformar e santificar o mundo através de um corpo doente, por vezes até com maior intensidade do que um corpo sadio, e aí, temos o exemplo de Jerônimo Mendonça e outros mais.

A doença é um convite para dar mais atenção ao próprio corpo e assim perceber o que passou despercebido em nós. Ela nos passa uma mensagem importante sobre nossa verdadeira condição, sendo um sinal para nos alertar sobre o nosso autoconhecimento e a revisão da existência. Assim, o ser humano acha que foi formado para ser forte e prepotente. Ele quer dominar o Universo com sua força e conhecimento. A doença o faz descer do seu pedestal e o coloca em outra dimensão da existência. Está na hora de lidar com a fragilidade, e aceitar a nova realidade, pode ser um novo começo de vida e uma nova forma de viver, pois fomos “feito de barro”. Na doença, somos o que somos; as máscaras caem por terra. Mas a doença pode nos ajudar; senti-la significa reconciliar-se com a própria existência. Não se trata de se livrar o mais rápido possível da doença, mas, antes de tudo, de compreendê-la. A aceitação da nossa fragilidade requer humildade e paciência conosco mesmos.

Ninguém está livre de uma doença; essa é a realidade. A saúde representa mais do que ter um corpo sadio; ela requer um estilo de vida saudável. Ela supõe uma relação harmoniosa consigo mesmo, com os outros e a natureza. Não podemos considerar uma doença simplesmente como uma inimiga, mas como algo que faz parte da natureza humana, que pode nos ensinar algo, que até então não era possível compreender. É através da doença que o corpo está informando a sua real condição de vida. Uma doença pode mudar nossa atitude e nosso comportamento, pode também nos trazer uma existência mais humana e dedicada. É um tempo de aceitar os limites, mas também as grandezas e valores espirituais da existência. A doença nos desafia a olhar com mais atenção a quem está ao nosso redor e nossa sensibilidade aflora com mais força nesse período. É preciso paciência e tempo para que a pessoa perceba o que está se escondendo por trás da doença. Não querer aceitar a doença significa não aceitar a condição humana.  A doença é sempre um momento de crise, mas ela nos permite organizar a existência de nova maneira. A doença e a saúde caminham lado a lado, pois são as duas condições humanas. Quem conheceu a doença, valoriza mais a saúde.

Para ter uma existência saudável, a pessoa deve levar em conta não apenas o seu corpo, mas também o ambiente em que vive e trabalha, e, sobretudo, o ambiente que frequenta e as relações de amizade que cultiva. O nosso lar, o nosso ambiente de trabalho, também pode nos adoecer ou curar. Também nosso modo de comer tem influência em nossa saúde, no adoecimento e na mortalidade como em nossa vida espiritual. É preciso a medida certa no trato com o comer e o beber, com o trabalho e o descanso, com o sono e a vigília. A existência saudável e a vida espiritual caminham juntas. O que se aplica para a existência, em termos de saúde, vale também para a vida espiritual...

Jesus nos consolou dizendo: “Bem-aventurados os aflitos”, nos convocando a resignação aos desígnios de Deus, para nossa felicidade futura.

 

 

 

 

Fontes:

Revista “Época”  nº 796

Enciclopédia Barsa

+ Acréscimos

 

Encarte da Revista “Mundo Jovem” – nº 24

Agenor Girardi

+ supressões, modificações e acréscimos.

 

Jc

São Luís, 09/099/2013

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