Sylvio nasceu no Rio de Janeiro, dia 13 de julho de 1915, e desencarnou na mesma cidade, no dia 28 de dezembro de 2001. Era filho de Antônio da Costa Xavier e de D. Rachel Rosa Teixeira Xavier, ambos espíritas, e desde pequenino ele acompanhava os pais à Casa Espírita.
Ele fez o curso primário na
Escola Joaquim Nabuco, em Botafogo; o ginasial e o preparatório no Colégio
Pedro II, no centro da cidade, matriculando-se depois na Escola Militar de
Realengo, em 1934. Em 1937 foi incluído no 4º Regimento de Artilharia Montada e
depois promovido a 2º Tenente em 21 de outubro de 1937. Em 1939 conheceu a
jovem Maria José Costa Sampaio com quem se casou e teve três filhos: Adylson,
Ayrton e Amylton, que lhe deram nove netos. De 1939 a 1950, acumulou honrarias
e promoções, sendo que em 1946, foi um dos pioneiros do paraquedismo no Brasil.
Sylvio Xavier era modelo de militar sério, disciplinado, consciente e ao mesmo
tempo alegre otimista e benevolente, mas seu nome ainda era desconhecido no
meio espírita.
Em alguns momentos ficava
com o olhar vago e sereno e saia da sua alma algumas indagações: “Quem eram os
pastores que ofertaram a Jesus ainda na manjedoura, a manta simples? Quantos
anônimos, a cada dia, servem na limpeza das ruas, nos hospitais públicos, nos
asilos e nos aeroportos? São esses, de fato, os imprescindíveis que garantem o
funcionamento do mundo”. Algum tempo depois, conheceu Jaime Rolemberg de Lima,
em Sergipe, quando serviram juntos nos tempos da 2ª Guerra, ainda muito jovem e
começando a existência.
Certa vez, estavam eles com
as suas esposas Elza e Maria José, e os
filhos, passeando de canoa quando começou a entrar água na canoa por uma fenda
no fundo, obrigando Rolemberg a remar com seus braços fortes, já que era filho
de pescador e Sylvio e os filhos a jogarem de volta ao mar a água que entrava
na canoa, até que conseguiram chegar à margem. Eles nem imaginavam que teriam
de remar juntos, a existência inteira, conduzindo um imenso navio, a barca de
Fabiano, com milhares de associados, empregados e outros tantos amparados. Um
dia, o filho Adylson, capitão do Exército, desencarnou em terrível acidente.
Mais tarde seu filho Amylton, químico, também desencarnou prematuramente. E
Sylvio
Xavier sofreu em silêncio.
Os olhos falavam das dores da alma, mas era o primeiro a repetir que todas as
vicissitudes e todas as dores da existência, eram provas ou expiações que
deviam ser aceitas sem murmurações.
Jaime Rolemberg de Lima, que
era presidente da CAPEMI e Sylvio então seu vice, construíram juntos uma das
maiores empresas do país, na época. Sylvio assumiu a presidência do Lar Fabiano
de Cristo, num período de grandes dificuldades. Era preciso manter fidelidade
aos propósitos. Administrador afável, incansável e disciplinado, oferecia
exemplos e negociava soluções. Desse modo, a grande crise foi ultrapassada,
permitindo novas semeaduras. Ele dizia sempre com serenidade que a Obra de
Fabiano é uma árvore grande, e que as árvores grandes precisam de boa semente,
luz, calor, água e tempo para crescerem e oferecerem boa sombra e bons frutos.
Sylvio Xavier colaborou, de
forma permanente, com Jaime Rolemberg de Lima e Carlos Torres Pastorino, não só
na CAPEMI como também no Lar Fabiano, sendo um dos construtores. Assinou por
vários anos, o artigo de abertura do boletim do SEI (Serviço Espírita de
Informações), que era a sua grande alegria. O SEI nasceu na casa de Roemberg
por orientação dos Espíritos. Chico Xavier traduziu o pensamento de Emmanuel
sobre o SEI, dizendo: “Elaborar um órgão semanal, gratuito, de divulgação
doutrinária, com um editorial simples, noticiário do Brasil e do mundo
espírita, uma seção de livros, outra de notas comentadas sobre notícias da
grande imprensa, exatamente como foi feito durante longos anos”.
Depois que Rolemberg
desencarnou, Sylvio Xavier assumiu a presidência do Lar Fabiano e da CAPEMI.
Posteriormente, com a eleição de nova diretoria, voltou ele a sua posição de
vice-presidente. Quando a doença começou a se manifestar, com dificuldade de
oxigenação do cérebro, ele resistiu quanto pôde, mas foi o primeiro a tomar a
iniciativa de deixar o cargo executivo e passou a ser apenas Conselheiro,
preparando-se para a sua saída.
Finalmente, completou seu
tempo entre nós e regressou à Pátria Espiritual, onde o aguardavam Fabiano,
Bezerra, Rolemberg, Pastorino, O’Reilly, marechal Matos e sua mãezinha Raquel,
que o introduziu na Doutrina Espírita, seus filhos e os Patronos das Casas
Assistenciais.
Que possamos seguir seus
voos de paraquedista na jornada terrena, seguindo seus exemplos de dedicação à
causa da Doutrina dos Espíritos.
Fonte:
Jornal
“O Imortal” – 06/2014
Marinei
Ferreira Rezende
+
Pequenas modificações.
Jc.
São
Luís, 7/6/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário