quarta-feira, 27 de agosto de 2014

SYLVIO WALTER XAVIER




  Sylvio nasceu no Rio de Janeiro, dia 13 de julho de 1915, e desencarnou na mesma cidade, no dia 28 de dezembro de 2001. Era filho de Antônio da Costa Xavier e de D. Rachel Rosa Teixeira Xavier, ambos espíritas, e desde pequenino ele acompanhava os pais à Casa Espírita.
Ele fez o curso primário na Escola Joaquim Nabuco, em Botafogo; o ginasial e o preparatório no Colégio Pedro II, no centro da cidade, matriculando-se depois na Escola Militar de Realengo, em 1934. Em 1937 foi incluído no 4º Regimento de Artilharia Montada e depois promovido a 2º Tenente em 21 de outubro de 1937. Em 1939 conheceu a jovem Maria José Costa Sampaio com quem se casou e teve três filhos: Adylson, Ayrton e Amylton, que lhe deram nove netos. De 1939 a 1950, acumulou honrarias e promoções, sendo que em 1946, foi um dos pioneiros do paraquedismo no Brasil. Sylvio Xavier era modelo de militar sério, disciplinado, consciente e ao mesmo tempo alegre otimista e benevolente, mas seu nome ainda era desconhecido no meio espírita.
Em alguns momentos ficava com o olhar vago e sereno e saia da sua alma algumas indagações: “Quem eram os pastores que ofertaram a Jesus ainda na manjedoura, a manta simples? Quantos anônimos, a cada dia, servem na limpeza das ruas, nos hospitais públicos, nos asilos e nos aeroportos? São esses, de fato, os imprescindíveis que garantem o funcionamento do mundo”. Algum tempo depois, conheceu Jaime Rolemberg de Lima, em Sergipe, quando serviram juntos nos tempos da 2ª Guerra, ainda muito jovem e começando a existência.
Certa vez, estavam eles com as suas esposas  Elza e Maria José, e os filhos, passeando de canoa quando começou a entrar água na canoa por uma fenda no fundo, obrigando Rolemberg a remar com seus braços fortes, já que era filho de pescador e Sylvio e os filhos a jogarem de volta ao mar a água que entrava na canoa, até que conseguiram chegar à margem. Eles nem imaginavam que teriam de remar juntos, a existência inteira, conduzindo um imenso navio, a barca de Fabiano, com milhares de associados, empregados e outros tantos amparados. Um dia, o filho Adylson, capitão do Exército, desencarnou em terrível acidente. Mais tarde seu filho Amylton, químico, também desencarnou prematuramente. E Sylvio
Xavier sofreu em silêncio. Os olhos falavam das dores da alma, mas era o primeiro a repetir que todas as vicissitudes e todas as dores da existência, eram provas ou expiações que deviam ser aceitas sem murmurações.
Jaime Rolemberg de Lima, que era presidente da CAPEMI e Sylvio então seu vice, construíram juntos uma das maiores empresas do país, na época. Sylvio assumiu a presidência do Lar Fabiano de Cristo, num período de grandes dificuldades. Era preciso manter fidelidade aos propósitos. Administrador afável, incansável e disciplinado, oferecia exemplos e negociava soluções. Desse modo, a grande crise foi ultrapassada, permitindo novas semeaduras. Ele dizia sempre com serenidade que a Obra de Fabiano é uma árvore grande, e que as árvores grandes precisam de boa semente, luz, calor, água e tempo para crescerem e oferecerem boa sombra e bons frutos.
Sylvio Xavier colaborou, de forma permanente, com Jaime Rolemberg de Lima e Carlos Torres Pastorino, não só na CAPEMI como também no Lar Fabiano, sendo um dos construtores. Assinou por vários anos, o artigo de abertura do boletim do SEI (Serviço Espírita de Informações), que era a sua grande alegria. O SEI nasceu na casa de Roemberg por orientação dos Espíritos. Chico Xavier traduziu o pensamento de Emmanuel sobre o SEI, dizendo: “Elaborar um órgão semanal, gratuito, de divulgação doutrinária, com um editorial simples, noticiário do Brasil e do mundo espírita, uma seção de livros, outra de notas comentadas sobre notícias da grande imprensa, exatamente como foi feito durante longos anos”.
Depois que Rolemberg desencarnou, Sylvio Xavier assumiu a presidência do Lar Fabiano e da CAPEMI. Posteriormente, com a eleição de nova diretoria, voltou ele a sua posição de vice-presidente. Quando a doença começou a se manifestar, com dificuldade de oxigenação do cérebro, ele resistiu quanto pôde, mas foi o primeiro a tomar a iniciativa de deixar o cargo executivo e passou a ser apenas Conselheiro, preparando-se para a sua saída.
Finalmente, completou seu tempo entre nós e regressou à Pátria Espiritual, onde o aguardavam Fabiano, Bezerra, Rolemberg, Pastorino, O’Reilly, marechal Matos e sua mãezinha Raquel, que o introduziu na Doutrina Espírita, seus filhos e os Patronos das Casas Assistenciais.
Que possamos seguir seus voos de paraquedista na jornada terrena, seguindo seus exemplos de dedicação à causa da Doutrina dos Espíritos.

Fonte:
Jornal “O Imortal” – 06/2014
Marinei Ferreira Rezende
+ Pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 7/6/2014

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