terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O "LAR DE JOSÉ" E O SEU CRIADOR



   ANTÔNIO  ALVES  MARTINS

Antônio Alves Martins, mais conhecido como “Pequenino”, nasceu em São Luís no dia 11/4/1917, filho de Antônio de Castro Martins e Maria Alves Martins. Foi estudante do Liceu Maranhense, onde participou de vários torneios esportivos, conquistando várias vitórias.  A sua atividade profissional foi sempre como funcionário do Banco do Estado do Maranhão, sendo um dos fundadores da Instituição, onde trabalhou por 33 anos, só deixando por motivo do seu desencarne em 1980.

Integrado ao movimento espírita, fundou com outros companheiros de ideal, a Juventude Espírita Maranhense, no dia 03 de outubro de 1947. Preocupado ainda com a ideia de criar uma entidade para abrigar meninas carentes, conseguiu comprar em 1949, com a colaboração dos colegas de banco, que sempre o ajudaram, e outros irmãos, um terreno localizado no Anil e deu início a construção do que seria o “Lar de José”.

A primeira diretoria do “Lar de José” foi constituída por Antônio Alves Martins-presidente, Clóvis Ramos-secretário e José de Paula Bezerra-tesoureiro.  Em 1º de dezembro de 1950, com a chegada da Caravana da Fraternidade em São Luís, ele participou da fundação da Federação Espírita do Maranhão, juntamente com outros confrades, tendo sido eleito seu presidente, no período de 1952 até 1960.

Em 1963, “Pequenino” viu seu grande sonho ser realizado ao inaugurar o abrigo que até hoje serve de lar para meninas. Em 1966, voltou ele a ser presidente da Federação Espírita Maranhense, até 1980,  quando veio a desencarnar.   

Em 19/4/1980, ao se dirigir para uma reunião onde iria pedir ajuda para a Instituição, o Pai Celestial o chamou para continuar o seu trabalho na Espiritualidade, e ele deixou a existência terrena, causando tristeza em suas meninas e em todos os que o conheciam. “Pequenino”, pelo trabalho que realizou, consagrou-se na memória dos seus companheiros, dignificou a classe bancária e marcou de forma abnegada a sua existência em São Luís.

Esta é a história de um ser humano idealista e de sua obra que se perpetua até hoje, graças à contribuição dos sócios, das ajudas espontâneas, da proteção de Jesus, e as benção de Deus, pois sem elas nada seria possível.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    
                                                                                                                              
O LAR DE JOSÉ

Fruto do idealismo de Antônio Alves Martins, mais conhecido como “Pequenino”, com a colaboração de jovens espíritas, entre eles, meus irmãos Inaldo e Salma e também com a minha presença, foi fundada a Juventude Espírita Maranhense no dia 03/10/1947, em homenagem ao dia do nascimento de Allan Kardec.

Posteriormente, Pequenino, preocupado com o amparo a meninas carentes, adquiriu uma grande área no bairro do Anil, na linha do bonde, hoje Avenida Edson Brandão nº 500, onde projetou e construiu a sede própria. Esse terreno que se estendia da linha do bonde (hoje, Avenida Edson Brandão) até a linha da Estrada de Ferro (atual Avenida dos Franceses), foi aos poucos diminuindo em virtude das doações que ele fazia de pequenos lotes a pessoas carentes e que constitui hoje, parte do bairro do Santo Antônio.

Do primeiro tijolo, no início da construção em 1949, até a primeira criança recebida carinhosamente em 1954,  “Pequenino” liderou um grupo de idealistas espíritas e companheiros do Banco do Estado, que o ajudaram a construir o “Lar de José”. Muitas pessoas ao passarem de carro em frente ao Lar, eram interceptadas por  meninas, que acenavam com uma sacola vermelha à mão, pedindo uma colaboração.

Em 1973, o “Lar de José” abrigava 70 meninas e, diante das dificuldades financeiras, para mantê-lo funcionando, “Pequenino” resolveu transformar a Juventude Espírita Maranhense  em uma Associação com a denominação  de Associação Espírita “Lar de José”, para poder com a ajuda dos associados manter e ampliar o trabalho assistencial, passando então a dedicar parte da sua existência às crianças ali abrigadas, a quem considerava como suas filhas. Nessa época, foi criado o “Centro Espírita Poço de Jacó” e ainda a “Escola Domingos Perdigão”, que funcionava em turnos matutinos e vespertinos, com ensino infantil e fundamental maior que atendeu os alunos até o ano de 2009.

Quantas meninas passaram como internas pelo Lar de José? Quanta dedicação elas receberam e que lhes facilitou uma existência mais feliz. Somente para confirmar, informo que a minha esposa e minha cunhada foram criadas pelo Lar de José e saíram formadas como professoras, assim como muitas outras meninas.

Muitas foram as  idosas que passaram pelo “Lar de José”, que lhes oferecia no último domingo de cada mês, um almoço de confraternização, uma palestra educativa religiosa e na saída, elas recebiam uma cesta básica, como forma de minorar as dificuldades de uma pequena parcela de idosas, relegadas pela sociedade. Esse trabalho com a terceira idade permaneceu até o mês de agosto de 2008, quando se encerrou meu mandato na diretoria, e a nova direção acabou com essas atividades.

Muitas, também, foras as pessoas que frequentaram o “Lar de José” para participarem da Feijoada Beneficente, sempre realizada nos primeiros domingos de cada mês.

A Associação Espírita Lar de José é uma entidade beneficente sem fins lucrativos, devidamente registrada no Conselho de Serviço Social, e considerada de utilidade pública federal, estadual e municipal, prestando serviços às comunidades  através dos seus departamentos.                      

Pelo seu trabalho de assistência, o “Lar de José” foi destaque
na edição especial da revista “Veja” de dezembro de 2001, em
que aparece entre as 430 entidades pesquisadas a nível nacional, como a única entidade merecedora de receber contribuições em São Luís, e uma das duas únicas entidades filantrópicas no Estado.

Com o falecimento de Antônio Alves Martins, assumiram a direção do “Lar de José” as senhoras, Maria José Berredo Martins, Maria Helena Valois Catanho e Antônia Melo Barros que cuidava das crianças como se fossem suas filhas, que já  auxiliavam Pequenino, na obra.  Atualmente a Associação Espírita “Lar de José”, se encontra sob a direção do irmão Jacob e alguns companheiros, com as atividades do Centro Espírita Poço de Jacó sendo realizadas nos seguintes dias: Segunda-feira, das 19 ás 22h; terça-feira das 20h ás 21,30h; quarta-feira das 19,30 ás 22h e sábados das 7,30 as 13h e das 18 as 20,30h; o Educandário Espírita Domingos Perdigão, no horário matinal, com o ensino do maternal  indo até o 2º ano do fundamental,  atualmente com 70 alunos; abriga atualmente 14 crianças e promove ainda a Feijoada da Fraternidade, no segundo domingo de cada mês, entre outras atividades.

Finalizando esta exposição, apresentei a história de Antônio Alves Martins, um idealista e de sua obra que se perpetua até hoje, graças aos esforços da atual diretoria,  a contribuição dos sócios, a colaboração de pessoas, firmas e instituições, a ajuda de muitos, e, principalmente, a proteção de Jesus e as bênçãos de Deus, pois sem elas, nada seria possível de se realizar. . .    Ao irmão de vivência espírita que partiu, elevamos preces de gratidão e pedimos que da espiritualidade ele possa ajudar os atuais dirigentes a dar continuidade a sua obra.

Desejo a todos, harmonia e saúde e que a Paz do Senhor continue em nossos corações...
                                                                             Jurandy  Castro



Fonte:
 Folder sobre a Entidade
+ Acréscimos e pequenas modificações.

Jc. 
São Luís, 17/2/2015

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