domingo, 4 de outubro de 2015

O FILHO INSENSÍVEL







  Existia em uma cidade uma família cujo pai era muito religioso, que tinha um filho. O rapaz desde a juventude, não queria nada com os estudos e muito menos saber de religião. O pai não sabia mais o que fazer para dar um direcionamento ao filho, até que teve uma ideia. Chamou o rapaz para conversar e lhe perguntou o que ele mais desejava. O filho estranhou a pergunta, mas respondeu: Eu gostaria de ter um carro.
O pai então lhe propôs o seguinte:  Então vá estudar e quando se formar eu lhe darei o carro que deseja. O filho motivado pelo desejo de ter o carro passou a estudar e depois de alguns anos se formou em médico, que era a sua vocação. No dia da formatura, após a cerimônia, ao voltarem para casa, o pai lhe entregou uma caixa.  Ele então pensou: - deve ser a chave do carro que eu pedi e se apressou a abri-la. Aberta a caixa ele não encontrou a tão desejada chave, mas uma Bíblia; a sua decepção foi tão grande que ele a jogou no chão, e em seguida foi embora de casa, com tanta raiva que esqueceu sua mãe e nunca mais falou com o seu pai.
Quinze anos se passaram; ele como médico se tornou famoso na sociedade e nunca procurou ter contato com os seus pais. Certo dia, ele tomou conhecimento de que seu pai havia falecido. Como era muito conceituado e não querendo demonstrar intolerância para com os seus conhecidos, ele voltou á casa em que havia nascido para velar o pai, e se encontrou com a sua mãe.
Ela então lhe disse que desde o dia em que ele havia partido, o seu pai  tornou-se uma pessoa sem motivação de vida; amargurado, sofrido e muito triste havia guardado a Bíblia que ele num impulso de intolerância havia jogado no chão. Ela deixando o local onde seu esposo estava sendo velado, foi até o quarto e voltou com a Bíblia que ele havia recusado.  Num gesto de humildade ela lhe entregou o Livro e disse que estava cumprindo o último desejo de seu pai.
Ele muito a contra gosto, apanhou a Bíblia e, casualmente, abrindo-a encontrou um envelope; aberto o envelope, dentro dele havia um cheque no valor de um carro novo, e um bilhete escrito por seu pai, com as letras já um pouco desgastadas pelo tempo, que dizia: -  Meu filho, aqui está um livro que pode direcionar sua existência e ajudá-lo a viver bem, fazendo-lhe feliz, e também esse cheque,  que por não saber  o modelo, a cor e a marca do seu agrado, não comprei o carro, mas estou passando as suas mãos o valor correspondente a ele, para você comprá-lo ao seu gosto.
Espero que possa utilizá-los, tanto a Bíblia como o carro com sabedoria, durante a sua existência. Desejo que ambos possam servir a você e que você se sinta realizado no seu desejo e no meu desejo de lhe passar o bem que esse Livro tem proporcionado a nossa família. Que Jesus lhe abençoe. Teu pai.
Tendo acabado de ler o bilhete, um grande arrependimento e um a tristeza se apossou dele, pelo tempo que havia julgado mal o pai, e pela atitude negativa que havia tomado na época, trazendo um grande mal a seu pai e à sua mãe, e ainda a angústia que passou a ter desde esse acontecimento. Como fora precipitado ao julgar seu pai e tomar aquela atitude de revolta e desprezo. Como fora um filho ingrato e insensível, durante todos esses anos em que desprezara também a sua mãe que só lhe queria o bem.
Tomando as mãos de sua mãe, chorou copiosamente, não pelo fato do seu pai estar morto, mas pelo sofrimento que se impusera e também aos seus pais, e por ser o causador da morte de seu pai. Nada traria de volta o seu pai, mas a sua mãe que estava perdendo o seu esposo naquele dia, não ficaria só, porque o seu filho, desse dia em diante jamais se afastaria dela enquanto ambos vivessem... Esse drama, causado por uma atitude repentina e agressiva de decepção, pode estar acontecendo em qualquer lugar deste mundo, trazendo sofrimentos a outras pessoas...
Filhos existem que se tornam desafetos e inimigos de seus irmãos, quando os pais partem para a Espiritualidade, em virtude de bens terrenos, deixados pelos falecidos, e que ás vezes vai até o crime, para ficarem com posses que, na verdade, não são de ninguém, porquanto todos os bens da Terra pertencem a Deus, e os seres humanos são apenas usufrutuários deles, nada levando quando partem também pela via da morte. Se assim é, por que tanta ganância e tanta animosidade se tudo e todos esses bens sempre ficam na Terra?
Autor desconhecido.
+ Algumas alterações

Jc.
São Luís, 17/9/2015

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