sábado, 13 de agosto de 2016

BRASIL GOLPISTA




  Eleição antecipada é golpe. Ou a maioria dos brasileiros não sabe ler a lei (inclusive o ex-integrante e ex-presidente do STF), ou não se importa com ela.
Duas pesquisas nacionais indicaram que a maioria dos brasileiros quer eleições presidenciais antecipadas. Isso significa o seguinte:  a maioria dos brasileiros continua não fazendo a menor ideia do que é bom para sua saúde. Chega a ser injusto que essa distinta sociedade tenha recebido o impeachment de presente. Talvez merecesse continuar sendo alegremente roubada pelos companheiros, que ganharam na moleza, mais de 13 anos de fortuna ás custas dessa maioria tonta.
A ridícula narrativa do golpe de Estado jamais teria ido além da esquina do diretório petista se o país soubesse o que está acontecendo. Não sabe. O Brasil está chupando o dedo, para variar, e começa a emergir da lama, achando que é o Papai do Céu quem o está puxando. Vai ver o desemprego e a inflação caírem, o crescimento voltar – e vai até desistir dessa palhaçada de eleição antecipada – enquanto se prepara para aplaudir os novos gigolôs da bondade.
São eles: PSOL e seus menudos anti-impeachment; Marina e sua Rede de transfusão petista; Ciro Gomes (original ou genérico, tanto faz) e aventureiros associados -- incluindo um possível e providencial Joaquim Barbosa e até um Lula redivivo, se estiver solto. O que todas essas pessoas têm em comum? Todas elas torceram seus narizes para o impeachment, pensando no dia de amanhã, herdar o curral petista.
Pode escrever caro eleitor. Pode pesquisar e auditar cada passo, palavra, gesto, dessa turminha da democracia bem carnavalesca: estão todos de régua e compasso nas mãos, para calcular o caminho mais curto para o poder, para viver do proselitismo do oprimido, torrando o dinheiro do contribuinte na montagem e manutenção de sua corte de propaganda progressista. Em setembro estarão todos na artilharia da oposição, querendo sangue e sonhando com a sua DisneyLula própria. Todos eles são candidatos à tal da eleição antecipada que a maioria dos brasileiros diz que deseja ou acha que deseja.
Naturalmente, eleição antecipada é golpe. Alguém está disposto a ler a lei? Onde está prevista, na lei, essa aberração? Ou a maioria dos brasileiros não sabe ler a lei ou não se importam com ela. Os primeiros não são piores do que os últimos. Todos representam a mesma massa de manobra que sustentou  o estelionato petista e está pronta para sustentar a próxima malandragem “progressista”.
Qual foi a primeira voz a espalhar com força a tese da antecipação da eleição presidencial? Foi a dela, a da primeira e única mulher sapiens, a da inesquecível Dilma Rousseff. E todos os bagunceiros profissionais, disfarçados de bons samaritanos, foram atrás desse disparate. E lá vai a maioria da população, distraída, macaquear a esperteza.
Para quem não liga mais o nome à pessoa, Dilma Rousseff é esta que tem agora nova acusação no Tribunal Superior Eleitoral, por causa de uma empresa de fachada que recebeu quase R$- 5 milhões às vésperas da eleição de 2014, por serviços de informática inexistentes. Apenas mais um dos diversos atestados das maiores empresas do país, ao partido que defende os pobres – e fabrica os ricos.
O governo Temer – governo de brancos, velhos, homens feios, chatos, bobos, recatados e do lar – está arrumando a casa; não que Temer seja a Providência Divina; é apenas um político com desconfiômetro, que notou ser sua única chance montar um governo com os melhores. Todos sabem quem são os melhores; Lula sabe. Tanto que iniciou assim, até que a querida maioria brasileira o santificou e ele descobriu que não precisava mais dar satisfações a ninguém. Itamar Franco também sabia e assim nasceu o Plano Real pelas mãos de Fernando Henrique Cardoso.
Não dá para fazer um governo só de bons, porque são raros. Há concessões inevitáveis, há a montagem da base política para poder governar. Mas os que estão tomando conta do dinheiro, após uma década de picaretagem, são bons. E com a casa arrumada, as virtudes haverão de florescer – ou pelo menos sair da sombra dos michês da bondade.
Prezada maioria de brasileiros, não precisa ajudar. Se fizer a gentileza de não atrapalhar, já será uma revolução de melhora e progresso para o país e os brasileiros. . .

Fonte:
Artigo “Brasil Golpista” do jornalista
Guilherme Fiuza, publicado na revista
“Época” de 1º de agosto de 2016

Jc.
São Luís, 9/8/2016

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