domingo, 9 de outubro de 2016

OPERAÇÃO LAVA JATO




O surgimento da Operação Lava Jato, em Curitiba, sob o comando do juiz federal Sérgio Moro, trouxe a esperança ao povo brasileiro  de que, doravante, a situação de corrupção e impunidade que se alastrava pelo Brasil, tende a sofrer um freio, devido as ações realizadas no sentido de coibir essa situação vergonhosa em que vive o povo brasileiro. O exemplo da Lava Jato já está sendo seguido por outros juízes, neste imenso Brasil, despertando a consciência nacional para banir da sociedade essa situação de calamidade e falta de moral.
Alguns questionamentos e suas explicações.
1- Temos acompanhado estarrecidos, as investigações da chamada Operação Lava Jato, que tem exposto o clima de corrupção institucionalizada existente no país. Podemos concluir que as forças das sombras se abateram sobre nossa pátria?
R-  Sempre há a influência das sombras em eventos que contrariam  o bem  e a verdade, não como causa, mas como consequência do comportamento de muitas das pessoas. Longe de ser a origem, a ação do mal é mera consequência de nossas mazelas.
2-  Se assim é, por que se perpetua essa tendência, mesmo com  a renovação dos quadros políticos nas eleições regulares para os cargos administrativos e legislativos?
R-  É imperioso reconhecer que os quadros políticos representam o povo no poder. Ainda que se renovem periodicamente, exprimem as tendências da população.  Se o povo não prima pelo respeito à lei e à ordem, seus representantes seguirão no mesmo rumo.
3-  Diríamos, então, que nossos políticos nada fazem senão vivenciar  as tendências do povo brasileiro?
R-  Exatamente. Embora sua índole fraterna, os brasileiros ainda não superaram o chamado “jeitinho brasileiro”, que quase sempre é uma iniciativa para livrar-se de responsabilidades e tirar vantagens  nas situações do dia a dia. Os políticos, com exceções, vivenciam e levam ao extremo essa tendência, a começar pela legislação em causa própria, gerando milionárias mordomias e a vulgarização de conchavos que rendem muito dinheiro para os partidos e para si mesmo.
4-  Como você exemplificaria essa condição do povo brasileiro?
R-  Um exemplo é suficiente.  Há pouco tempo  um gari encontrou uma grande soma de dinheiro  numa pasta.  Ele sem titubear devolveu  tudo ao seu legítimo dono. Foi aclamado como herói. Seu nome saiu nos jornais, deu entrevistas...  Tudo isso simplesmente porque cumpriu o elementar dever, contrariando a tendência de reter o dinheiro para si, que caracteriza boa parcela da população, na base de “o que é achado não é roubado”.
5-  Podemos dizer que “há uma luz no fim do túnel” , com as diligências policiais e a punição dos corruptos culpados?
R-  Trata-se, sem dúvida, de um promissor movimento a favorecer a moralização  de nossas instituições. Entretanto, não é o bastante.  Na Itália, a operação “Mãos Limpas”, disparada a partir da iniciativa de um grupo de juízes, na década de 90, século passado, fez algo semelhante, mas não eliminou a corrupção, que continua entranhada em seus quadros políticos e sociais.  É indispensável mudar o comportamento da população.
6-  Como isso pode ser feito?
R-  A educação, sem dúvida, é fundamental, mas não apenas o verniz social que se recebe na escola (há políticos muito “envernizados” que cometem incríveis falcatruas) , mas, sobretudo a autoeducação, a disciplina do comportamento, reconhecendo que sem respeito pelo próximo e, por extensão, pela sociedade, caímos no “salve-se quem puder” que inviabiliza o equilíbrio, o progresso e a paz na comunidade.
7-  As religiões, de um modo geral,  pregam a honestidade, a retidão de comportamento, o respeito pelo próximo. Por que essa orientação não funciona no Brasil, não obstante as ameaças de castigos além-túmulo para os que se comprometem com o mal?
R-  As especulações teológicas do que nos aguarda afiguram-se na atualidade como histórias da carochinha, principalmente para aqueles que detêm alguma cultura. Atendiam às necessidades do passado, mas não atendem à realidade do presente, quando as pessoas, antes de crer, cogitam de entender e sentir que esses princípios guardam compatibilidade com a lógica. Por isso filósofos atrevidos como Nietzche proclamam que “Deus está morto” se referindo a Jesus.
8-  E a “Doutrina Espírita?”
R-  É a nossa esperança maior de moralização, a partir de um contato comprovado com o mundo espiritual, a nos mostrar as consequências do comportamento humano de forma clara e instigante. Impossível, ante tais evidências, não perceber que o cumprimento de nossos deveres para com Deus e o próximo, como  ensinava  Jesus,  é  intransferível,  a  fim  de  que  a  morte não nos Imponha penosas decepções. É oportuno ressaltar que dentre esses políticos, empresários e funcionários implicados na Operação Lava Jato, não conheço nenhum que seja espírita.

Fonte:
“Revista Internacional de Espiritismo”
Autor: Richard    Simonetti
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Jc.

São Luís, 19/9/2016

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