quinta-feira, 23 de março de 2017

MODIFICAÇÕES PARA A ELEIÇÃO DE 2018




  A cidadania no Brasil é reafirmada pelo voto, que, embora obrigatório, é um exercício de aparente liberdade e participação coletiva. De dois em dois anos, outubro é tempo de eleições.
Muitos serão eleitos pelo quociente eleitoral, uma alquimia praticada pela Justiça Eleitoral, onde um candidato de uma legenda com mais votos, é preterido por outro de outra legenda com votação inferior, tirando do eleitor o direito de eleger o seu candidato.
A crise da representatividade surge da ação de políticos que atuam como agentes terceirizados, representando os interesses daqueles que financiaram suas campanhas políticas, mas não da população que lhe outorgou o voto.
Foi por essa razão que as pessoas se mobilizaram pelas “diretas já”, e é por isso que muitas pessoas ainda votam hoje em dia: não por ser “obrigatório”, mas para somar forças em torno da defesa dos seus interesses e do bem para o país. Hoje é tal a quantidade de partidos que nem sabemos quantos existem, e a maioria deles, criado apenas para barganhar o apoio ou alugar a legenda.  Os candidatos são tantos que fica difícil depois de poucos dias, lembrar para quem foi o nosso voto.
Para piorar as coisas, infelizmente, de alguns anos para cá, a situação mudou tanto que a grande maioria dos políticos para se elegerem, gastam fortunas, sabendo que não vão ser ressarcido apenas com a renumeração dos mandatos, razão porque, após serem empossados, tratam logo de entrar nos conchavos para se apoderarem de postos onde possam se apropriar das verbas que deveriam ser utilizadas na melhoria dos serviços prestados ao povo.
Esse fato coloca abertamente os políticos e seus partidos como agentes corruptos e elementos terceirizados do poder econômico. Torna-se impossível confiar em políticos com tal índole, e é ingênuo imaginar que eles defenderão interesses coletivos.
Uma das propostas para a solução dessa vergonhosa situação seria adotar o financiamento público de campanha, sem descartar o aporte particular. Nesse caso, os valores da iniciativa privada e o financiamento público, comporiam uma conta única a ser gerenciada pelo TSE, que faria a distribuição aos partidos, e estes aos políticos, segundo as regras previamente estabelecidas, sendo que todos os partidos (haja partidos, quando deveria haver consciência, responsabilidade e honradez) poderiam consultar os repasses sabendo dos valores.
E o eleitor? Muitos fatores induzem o eleitor na hora de votar. E um dos principais é a tal de pesquisa de intenção de voto, que induz o eleitor para votar no candidato melhor nas pesquisas, para não perder o seu voto. Por isso, muitos eleitores costumam dizer que votam apenas porque é obrigatório, e dizem: “O meu voto é desconsiderado, além disso, não vai melhorar a nossa vida”, completam.
Há ainda políticos que querem se perpetuar nos cargos eletivos como se fosse uma função vitalícia, não dando oportunidade para outros candidatos. E o eleitor sabe que também é responsável pelo mau político a quem dá o voto? Devemos sempre renovar os cargos eletivos, votando em novos candidatos e deixando de fora aqueles que em sucessivos mandatos, só se beneficiaram, nada fazendo pelo povo e, nas épocas das eleições, chegam com as mesmas promessas mirabolantes e apelações, apertando as mãos das pessoas, carregando crianças para impressionar os eleitores e nos seus cartazes, estão rindo e felizes porque sabem que muitos eleitores se deixam levar pelas suas promessas e mentiras.
Alguns deputados, inclusive o relator da mudança eleitoral na Câmara Federal, desejam a “lista fechada” como a opção para as eleições de 2018. O que eles querem é pura e simplesmente se garantirem, como eleitos, nas próximas eleições, visto que os caciques dos partidos, vão continuar constando dessa lista, bem como os seus protegidos e os que poderão sofrer processos e perda do mandato. Dessa maneira, como eles querem, não vai haver oportunidade para novos candidatos e nem a reprovação dos eleitos anteriormente, que não corresponderam às expectativas do eleitor. É como dizer: o povo pode votar mais quem vai indicar em quem votar somos nós, os caciques dos partidos. E aí a bandalheira vai continuar a mesma.
Se eles quisessem, realmente mudar para melhorar as eleições, devia deixar a escolha dos candidatos para os eleitores e não obrigá-los a votar nos candidatos que não merecem o nosso voto; eliminar o quociente eleitoral; sendo o sistema eleitoral mais compatível para o eleitor fiscalizar o candidato em quem votou, seria o distrital, evitando a pulverização do voto em todo o estado, onde o candidato eleito não seria cobrado e não estaria sob as vistas dos eleitores, como no caso do voto distrital.
Uma das armas do eleitor deve ser nunca votar na reeleição de políticos, a fim de que eles fiquem sabendo que se não agirem com dignidade, serão eliminados na eleição seguinte.
Sabemos que de tempos em tempos, a humanidade se modifica, e cremos que as gerações que já chegaram e estão chegando ao mundo, são de espíritos evoluídos, comprometidos com a moral e os postulados de Jesus. Por isso, observamos que está se processando uma renovação de valores, apesar da turbulência, da corrupção e da violência reinante, acredito e confio no futuro, embora por essa época eu não mais esteja aqui. A humanidade e seus políticos do amanhã, com certeza, serão muito melhores do que as gerações de políticos de hoje que estão indo embora da Terra. Essa é a esperança que nos anima ainda e nos faz suportar a situação lamentável e desagradável que vivemos atualmente no Brasil, cheio de impunidade, corrupção, falta de valores morais, de saúde, educação e de segurança.

Fonte:
Revista “O Reformador” – 05/2012
+ Acréscimos e pequenas modificações.

Jc.
São Luís, 21/3/2017

Nenhum comentário: