Embora a grande maioria dos cristãos desconheça a páscoa não é uma comemoração do Cristianismo. Ela é uma festa muito anterior a Jesus, instituída pelos hebreus (hoje israelenses), lembrando a saída dos judeus da escravidão do Egito, conduzidos por Moisés. Com a construção do Templo de Salomão, a festa da páscoa passou a ser realizada em Jerusalém e durava sete dias, quando era comido o pão sem fermento (pão ázmo), em memória da fuga dos hebreus da servidão, sem pausa para a levedura do pão.
Seguindo a tradição dos antigos, diz o
Evangelho de Lucas, que Jesus veio a Jerusalém com seus apóstolos, e estando
eles reunidos e chegando a hora da Ceia; e sabendo Jesus que se aproximava a
hora da separação. Sentou-se Ele à mesa com seus apóstolos. Disse-lhes Ele:
“Tenho desejado comer convosco esta páscoa”. E munindo-se de uma bacia e de uma
toalha, passou a lavar os pés de todos, em sinal de humildade e pureza d’alma.
Em seguida retornou à mesa, e, tomando o pão e tendo dado graças partiu-o e, deu
aos seus apóstolos, pão que simbolizava toda a Sua Doutrina; e tomando o vinho,
rendeu graças a deu-lhes, como essência da Vida do Espírito que haveria de
vivificar a Sua Doutrina.
Começando Ele o Sermão do Cenáculo, disse: “Um
novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Nisto, todos conhecerão que sois meus discípulos. Crede em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai,
há muitas moradas (mundos habitados); se assim não fosse, eu já vos teria dito
e eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, O Espírito de Verdade,
que o mundo não vê nem o conhece; vós o conhecereis, porque ele estará em vós; mas
o Consolador, o Espírito de Verdade, (Como é considerada a Doutrina dos
Espíritos) a quem o Pai enviará em meu nome; esse vos ensinará todas as coisas
e vos fará lembrar de tudo o que tenho ensinado”.
Após Jesus ter lhes falado estas coisas e
muitas coisas mais, retirou-se Ele com seus apóstolos, para o Monte das
Oliveira, onde começaria o seu martírio, narrado por João, nos Cap. 13 a 17.
Grande parte da humanidade, ainda em atraso
espiritual, gosta de ficar revivendo esses tristes e lamentáveis
acontecimentos, transformando-os em encenações que se repetem todos os anos,
atestando a inferioridade de muitas pessoas e, como se quiséssemos vê-lo eternamente
crucificado e morto fruto da vaidade, do orgulho de quem se presta a esses
papeis. Tempo virá em que somente as lições de humildade, paz, amor e
fraternidade, é que serão lembradas sempre quando lembrarmos de Jesus. Nesse
tempo a humanidade já terá evoluído e o sofrimento e a morte não serão mais
peças programas, encenadas e ainda comercializadas pelas pessoas da Terra,
assim como todas as demais formas de mortes praticadas pelos humanos.
Nós, espíritas, não nos atemos a essas
comemorações de “Semana Santa”, instituída pela Igreja Romana, por ser apenas
uma recordação do povo judeu, onde é mostrado apenas o que de pior aconteceu
com Jesus. Para nós espíritas todas as semanas são santificadas porque foram
criações de Deus.
Nesta festividade, ficamos alegres por conta
da Ressurreição de Jesus, no domingo, ao aparecer a Maria Madalena, fazendo-a
portadora da nova revelação aos apóstolos – A IMORTALIDADE. Ressurreição quer
dizer: “manifestação, aparição, reencarnação”, palavras que traduzidas em fatos
são relatados nos Evangelhos. O que seria o Cristianismo sem as aparições de
Jesus?- Seria possível que a Doutrina por Ele ensinada tivesse por finalidade a
morte, o nada?- Ele mesmo não falou da continuidade da vida, quando disse a
Nicodemos, que ele deveria nascer de novo! Foi essa prova da Imortalidade que Jesus deu
que despertou nos apóstolos a fé verdadeira, vencendo a timidez, dando-lhes a
coragem e a determinação para saírem a enfrentar todas as dificuldades, e
anunciar a todas a todos os povos, a palavra do Filho Vivo de Deus, e os
esplendores da Vida Eterna. . .
A páscoa representa para os judeus, a
libertação do cativeiro do Egito; o domingo da ressurreição, é para os
cristãos, a libertação da ignorância, comprovando a existência da Vida
Espiritual, após a alma se libertar da existência terrena, desencarnar, ou
morrer.
Portanto, neste domingo devemos celebrar a
Ressurreição de Jesus, lembrando o Mestre Amado, não como um morto, mas como a
verdadeira Vida; não como uma sombra, mas como um extraordinário facho de Luz;
não em agonia, mas em Harmonia e Paz; não com tristeza, mas com imensa alegria;
pois Ele mesmo afirmou: “Eu sou o Pão da Vida” – “Eu sou a Luz do mundo” – “Eu
Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai senão por mim”. Se
quisermos segui-lo, devemos amar a Deus, amar a nós mesmos e amar ao nosso
próximo, essa é a grande Lei...
Fontes:
Velho e Novo Testamento
Novo Testamento
Jc.
S.Luís, 17/4/2014
Refeito em 12/4/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário