sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A DOUTRINA ESPÍRITA E A COMUNICAÇÃO



   Com o surgimento da Internet e o avanço da tecnologia os veículos de comunicação se proliferaram. Até pouco tempo os canais se restringiam à mídia impressa (jornais e revistas), ao rádio e a TV, mas com a chegada da rede mundial de computadores, uma infinidade de veículos foi criada, entre eles sites, blogs, revistas e jornais digitais, webs digital, que realizam transmissões via Internet. Devemos ter sempre responsabilidade no que divulgamos pela Internet.
Recentemente tomamos conhecimento de uma mensagem. Ela continha  um vídeo de 3 minutos e um texto que dizia tratar-se de um vídeo destinado a crianças, estimulando-as a praticar o suicídio. Ocorre que o vídeo divulgado como algo destinado a provocar a prática de suicídio, na verdade, é um pequeno trecho de uma animação francesa, lançada no ano de 2012, e que, segundo seu diretor, tem por objetivo fazer com que a sociedade reflita sobre a prática do suicídio e os motivos que levam os seres humanos a pensarem nessa suposta solução para problemas variados que a existência possa oferecer.
Cabe frisar que essa mensagem é indicada para a faixa etária a partir de 16 anos, ou seja, não se destina a crianças, talvez por ser uma animação às pessoas tenham imaginado ser dirigida ao público infantil.  Essa mensagem mostra ainda outro ponto. A responsabilidade que precisamos ter antes de passar adiante qualquer mensagem que nos chega. A facilidade na nova mídia, das novas tecnologias, que enviam informações em segundos, com um simples toque de nossos dedos, não nos oferece carta branca para passarmos adiante toda noticia que nos chega. É preciso que tenhamos certeza de tratar-se de um fato verídico e, ainda mais, ter a consciência do que ele vai provocar nas pessoas que dele tiverem conhecimento.
Como não poderia deixar de ser, o meio espírita passou a utilizar esse veículo de informação para divulgar sua mensagem, eventos e outras ações do meio espírita. Somos bombardeados diariamente por assuntos que nos chegam via correio eletrônico, pelas redes sociais, vídeos, periódicos, etc. Não há dúvidas de que a Doutrina dos Espíritos merece todos os nossos esforços na divulgação de seu conteúdo, isso porque ela esclarece conforta e fortalece. Devemos comemorar
a enxurrada de mensagens “espíritas” que nos chegam? Depende, haja vista que quantidade nem sempre significa qualidade. Em outras palavras, há um número enorme delas que não honram o Espiritismo, em virtude de oferecer conteúdos conflitantes com a Codificação de Allan Kardec; misturando espiritualismo com o Espiritismo; ter textos mal elaborados com erros gramaticais e ser usado para divulgar apenas ideias pessoais, etc.
Muitos até sabem usar a ferramenta escolhida para se comunicar (seja visualmente, seja na tecnologia ou ambas), mas o conteúdo deixa a desejar. Claro que o aspecto visual e a utilização adequada da tecnologia são requisitos necessários para um veículo de comunicação de qualidade, mas se a mensagem não for clara, escrita de forma correta e agradável e, acima de tudo, se ferir os preceitos doutrinários (leia-se: contidos no Evangelho e na Codificação), de nada adiantará os demais cuidados. Independente do veículo escolhido cabe à pessoa ou equipe que for produzi-lo, pensar e planejar cuidadosamente a pauta a ser abordada e, posteriormente, ser muito criteriosa na elaboração da mensagem espírita. A Doutrina Espírita não merece de nós, seus adeptos e divulgadores, nada menos do que o máximo de qualidade possível em tudo o que fizermos em seu nome. Isso vale também para os artigos apresentados na Internet.
Ultimamente, um assunto tem surgido nas conversas entre os dirigentes espíritas: a disponibilização de mensagens de cunho  doutrinário pela Internet, em especial vídeos de palestras e transmissão ao vivo de atividades promovidas por instituições espíritas que podem desmotivar o público a ir até os Centros Espíritas. Muitos afirmam que houve diminuição na frequência das pessoas nas Casas Espíritas por conta da facilidade em acessar esses conteúdos, assim como o aumento da violência também seja um item apontado, quando se fala na ausência das pessoas nas reuniões espíritas.
Não podemos culpar o avanço da tecnologia por essa diminuição de público presente nas instituições espíritas, mesmo porque, quando bem utilizada, ela serve de ferramenta de divulgação da Doutrina Espírita, ampliando o alcance de sua mensagem pelo mundo. Avaliar sempre, cada trabalho, cada ação executada é uma das formas de garantir a qualidade, mas
de nada adianta se o ambiente não for pautado no respeito e na amizade sincera que deve nortear as relações dentro das instituições espíritas. Não podemos impedir as pessoas de optarem pela assistência e o estudo em seus próprios lares, em função da comodidade e segurança que tal escolha oferece. Podemos, porém, informar a elas que sentimos a falta de suas presenças “ao vivo e a cores” em nossa companhia.
Devemos fazer com que cada ida ao Centro Espírita seja uma ocasião especial de confraternização para nós e para todos os que ali vão. Demonstrar que nada supera um abraço e um sorriso sincero e amigo. E, acima de tudo, que o aprendizado da Doutrina Espírita é muito mais rico e prazeroso quando podemos compartilhar com os presentes, as nossas dúvidas,  experiências e conhecimentos da Doutrina que abraçamos... O mais importante é cumprirmos o nosso dever de nos harmonizarmos com os nossos semelhantes e seguir e exemplificar os ensinamentos de Jesus e de Kardec, para alcançarmos a nossa evolução espiritual.

Fontes:
Boletim “Meditando” - meses 5,6 e 8/2017
Autora: Martha          Rios Guimarães
+ Pequenas modificações e acréscimos

Jc.
São Luís, 15/10/2017

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