Com
o surgimento da Internet e o avanço da tecnologia os veículos de comunicação se
proliferaram. Até pouco tempo os canais se restringiam à mídia impressa
(jornais e revistas), ao rádio e a TV, mas com a chegada da rede mundial de
computadores, uma infinidade de veículos foi criada, entre eles sites, blogs,
revistas e jornais digitais, webs digital, que realizam transmissões via
Internet. Devemos ter sempre responsabilidade no que divulgamos pela Internet.
Recentemente
tomamos conhecimento de uma mensagem. Ela continha um vídeo de 3 minutos e um texto que dizia
tratar-se de um vídeo destinado a crianças, estimulando-as a praticar o
suicídio. Ocorre que o vídeo divulgado como algo destinado a provocar a prática
de suicídio, na verdade, é um pequeno trecho de uma animação francesa, lançada
no ano de 2012, e que, segundo seu diretor, tem por objetivo fazer com que a
sociedade reflita sobre a prática do suicídio e os motivos que levam os seres
humanos a pensarem nessa suposta solução para problemas variados que a
existência possa oferecer.
Cabe
frisar que essa mensagem é indicada para a faixa etária a partir de 16 anos, ou
seja, não se destina a crianças, talvez por ser uma animação às pessoas tenham
imaginado ser dirigida ao público infantil.
Essa mensagem mostra ainda outro ponto. A responsabilidade que
precisamos ter antes de passar adiante qualquer mensagem que nos chega. A
facilidade na nova mídia, das novas tecnologias, que enviam informações em
segundos, com um simples toque de nossos dedos, não nos oferece carta branca
para passarmos adiante toda noticia que nos chega. É preciso que tenhamos
certeza de tratar-se de um fato verídico e, ainda mais, ter a consciência do
que ele vai provocar nas pessoas que dele tiverem conhecimento.
Como
não poderia deixar de ser, o meio espírita passou a utilizar esse veículo de
informação para divulgar sua mensagem, eventos e outras ações do meio espírita.
Somos bombardeados diariamente por assuntos que nos chegam via correio
eletrônico, pelas redes sociais, vídeos, periódicos, etc. Não há dúvidas de que
a Doutrina dos Espíritos merece todos os nossos esforços na divulgação de seu
conteúdo, isso porque ela esclarece conforta e fortalece. Devemos comemorar
a
enxurrada de mensagens “espíritas” que nos chegam? Depende, haja vista que
quantidade nem sempre significa qualidade. Em outras palavras, há um número
enorme delas que não honram o Espiritismo, em virtude de oferecer conteúdos
conflitantes com a Codificação de Allan Kardec; misturando espiritualismo com o
Espiritismo; ter textos mal elaborados com erros gramaticais e ser usado para
divulgar apenas ideias pessoais, etc.
Muitos
até sabem usar a ferramenta escolhida para se comunicar (seja visualmente, seja
na tecnologia ou ambas), mas o conteúdo deixa a desejar. Claro que o aspecto
visual e a utilização adequada da tecnologia são requisitos necessários para um
veículo de comunicação de qualidade, mas se a mensagem não for clara, escrita
de forma correta e agradável e, acima de tudo, se ferir os preceitos
doutrinários (leia-se: contidos no Evangelho e na Codificação), de nada
adiantará os demais cuidados. Independente do veículo escolhido cabe à pessoa
ou equipe que for produzi-lo, pensar e planejar cuidadosamente a pauta a ser
abordada e, posteriormente, ser muito criteriosa na elaboração da mensagem
espírita. A Doutrina Espírita não merece de nós, seus adeptos e divulgadores,
nada menos do que o máximo de qualidade possível em tudo o que fizermos em seu
nome. Isso vale também para os artigos apresentados na Internet.
Ultimamente,
um assunto tem surgido nas conversas entre os dirigentes espíritas: a
disponibilização de mensagens de cunho
doutrinário pela Internet, em especial vídeos de palestras e transmissão
ao vivo de atividades promovidas por instituições espíritas que podem
desmotivar o público a ir até os Centros Espíritas. Muitos afirmam que houve
diminuição na frequência das pessoas nas Casas Espíritas por conta da
facilidade em acessar esses conteúdos, assim como o aumento da violência também
seja um item apontado, quando se fala na ausência das pessoas nas reuniões
espíritas.
Não
podemos culpar o avanço da tecnologia por essa diminuição de público presente
nas instituições espíritas, mesmo porque, quando bem utilizada, ela serve de
ferramenta de divulgação da Doutrina Espírita, ampliando o alcance de sua
mensagem pelo mundo. Avaliar sempre, cada trabalho, cada ação executada é uma
das formas de garantir a qualidade, mas
de
nada adianta se o ambiente não for pautado no respeito e na amizade sincera que
deve nortear as relações dentro das instituições espíritas. Não podemos impedir
as pessoas de optarem pela assistência e o estudo em seus próprios lares, em
função da comodidade e segurança que tal escolha oferece. Podemos, porém,
informar a elas que sentimos a falta de suas presenças “ao vivo e a cores” em
nossa companhia.
Devemos
fazer com que cada ida ao Centro Espírita seja uma ocasião especial de
confraternização para nós e para todos os que ali vão. Demonstrar que nada
supera um abraço e um sorriso sincero e amigo. E, acima de tudo, que o
aprendizado da Doutrina Espírita é muito mais rico e prazeroso quando podemos
compartilhar com os presentes, as nossas dúvidas, experiências e conhecimentos da Doutrina que
abraçamos... O mais importante é cumprirmos o nosso dever de nos harmonizarmos
com os nossos semelhantes e seguir e exemplificar os ensinamentos de Jesus e de
Kardec, para alcançarmos a nossa evolução espiritual.
Fontes:
Boletim “Meditando” -
meses 5,6 e 8/2017
Autora: Martha Rios Guimarães
+ Pequenas
modificações e acréscimos
Jc.
São Luís, 15/10/2017
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