sábado, 20 de janeiro de 2018

A CRENÇA E A FÉ




  Alguém nos pergunta se existe diferença entre a crença e a fé, e em que livro existe algo sobre o assunto. Há enorme diferença entre a crença e a fé.
No livro “O Consolador”, obra mediúnica psicografada por Chico Xavier, o Espírito de Emmanuel diz que crença diz respeito a crer. Diferente da simples crença, a fé desperta todos os sentimentos nobres que encaminham o ser humano para o bem e, como tal, é á base da regeneração. Idêntico  ensinamento encontramos no cap. VII da 2ª parte do livro “O Céu e o Inferno”, no qual o guia da médium diz que a crença é o primeiro passo; a fé vem em seguida e, por último, a transformação, mas para isso é preciso que muitos tenham se melhorado e se elevado no mundo espiritual.
É possível comunicar a fé a alguém por meio de imposição? Segundo Allan Kardec, a fé não se impõe nem se prescreve, mas pode ser adquirida, não existindo ninguém  que esteja isento de possuí-la. Para crer e ter fé, porém, é preciso compreender que a fé cega, já não tem lugar em nosso mundo. Sobre a fé, Emmanuel apresenta-nos também, na obra citada, as seguintes considerações: “Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, fazendo o coração repousar numa energia constante da realização divina.” Conseguir a fé é alcançar a certeza de não mais dizer “eu creio”, mas afirmar “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento. Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança que sabe enfrentar todos os problemas e lutas, com a luz divina no coração, e significa a humildade no íntimo do espírito, a disposição do “faça-se no humilde filho a vontade do Senhor”.
As implicações da espiritualidade na saúde vêm sendo, cientificamente, avaliadas e documentadas em centenas de artigos acadêmicos, demonstrando sua relação com vários aspectos da saúde física e mental.   Há crescentes evidências sobre a relação entre a espiritualidade e a saúde física. Contudo,  por essas evidências ainda não serem robustas se constituem apenas em promissor campo de investigação. É, sem dúvida, um campo de pesquisa com enorme potencial. As investigações demonstram que doentes espiritualizados  e com fé, lidam melhor com os problemas e recuperam-se mais rapidamente e apresentam menos ansiedade do que aqueles que lidam com emoções negativas, descrentes e materialistas.
Atualmente, muitos médicos percebem que os doentes, apoiados em algum tipo de fé religiosa e que mantêm a esperança na sua recuperação, apresentam melhoras. A imprensa tem noticiado que médicos e instituições hospitalares do mundo, atualmente, já incluem nas suas rotinas, de maneira sistemática e definitiva, a prática de estimular os pacientes quanto a fortalecer a esperança, o otimismo e a fé, como recursos indispensáveis no combate às doenças. Esses procedimentos funcionam como remédios para a alma, com repercussões benéficas para o corpo físico, sobretudo no tratamento das doenças graves do enfermo. Isso  tem  sido observado  em  centros  de  tratamento  de doenças graves como câncer e patologias que exigem do enfermo uma forte fé na sua recuperação.
Independentemente dos agentes causadores da doença, a estimulação dos valores espirituais se coloca em uma posição bastante conveniente: não apenas demonstra a divisão de responsabilidade com a medicina moderna, mas sinaliza intervir onde esta se revela impotente. Nesse sentido, como é importante o estímulo da fé e da oração nos hospitais. A oração é uma prática milenar de diversas e distintas religiões, associadas ao bem-estar, promoção de saúde e espiritualidade. “A espiritualidade não vem suplantar a medicina  e os médicos; vem simplesmente provar que há coisas que eles não sabem e os convidar para estudá-las; que existem recursos na natureza que eles ignoram, que o elemento espiritual que eles desconhecem, não é uma quimera, e que, quando eles levarem em conta, abrirão novos horizontes à ciência e terão mais êxitos do que agora.”
A fé e a oração atuam sobre as pessoas, influenciando o sistema imunológico, segundo estudos pioneiros realizados no ano de 1988, no Hospital Geral de São Francisco, na Califórnia. Nesse hospital “foi possível comprovar que os pacientes que receberam orações apresentaram significativas melhoras, disso resultando a necessidade de menor quantidade de medicamentos.”
Para nós, espíritas, ela se reveste de características especiais, pois “a par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica, e a Doutrina dos Espíritos nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da oração.” Mas uma coisa é clara, a oração não pode mudar a natureza das provas pelas quais o ser humano tem que passar, ou até mesmo, desviar-lhe seu curso, isto por que elas estão nas ordenações de Deus.
Há provas que o ser humano deve suportar até o fim de seus dias, para resgatar dívidas, mas Deus leva sempre em conta a resignação e possa até abreviá-las. A fé e a oração são um bálsamo reconfortante para a nossa alma enfermiça, pois nos faz suportar as vicissitudes. Tem, assim, a oração o dom de nos dar forças para suportarmos os problemas e nos colocar em posição de vencermos o que nos pareciam impossíveis.
O pensamento de fé e a oração se torna um dínamo condutor da existência física para a vida espiritual, que nos permite sempre estabelecer um contato com os espíritos que participam das atividades curadoras. Ao mesmo tempo em que nos permite tudo isso, ele também poderá nos ligar a espíritos cuja presença seja prejudicial ao ato de curar. Todas as moedas possuem dois lados assim como as leis da natureza são estradas de mão dupla. A nossa mente que é uma fonte de energia pode ajudar a nos curar ou a nos destruir...
A importância da fé em nossa vida foi destacada, entre outros, por Jesus de Nazaré, quando disse: “Tudo é possível àquele que tem fé” – Marcos, 9:23.

Fontes:
Jornal “O Imortal”- 9/2017
Astolfo de Oliveira Filho
Jorge Hessen
Evangelho de Jesus
O Consolador – O Céu e o Inferno
+ pequenas modificações

Jc.
São Luís, 25/9/2017

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