sexta-feira, 20 de abril de 2018

GUERRA PELO FUTURO





 
“Esse Brasil de Lula é o país da impunidade – onde se quer assegurar aos poderosos o direito de cometer crimes e não cumprir penas.”  “O Brasil é o país da mentira do “avanço social” do “resgate do pobre” e de outras invenções dos governos Lula e Dilma, que brigaram para sobreviver.”
O Supremo Tribunal Federal, por um triz, acaba de tirar o Brasil de uma descida perigosa, talvez fatal, em direção à desordem imediata. Já não existe aqui há muito tempo um regime que preencha boa parte ou talvez a maioria, dos requisitos necessários para merecer a classificação de “democracia”. O ex-presidente Lula, com o apoio em peso de tudo o que existe de mais potente na corrupção brasileira, quis um “salve” do STF para invalidar todas as decisões da Justiça que o condenaram até agora. Ele quis receber, oficialmente, um certificado de indulto. Quase levou. Naturalmente, vai continuar tentando, incentivado pela presença na Suprema Corte de alguns ministros que militam abertamente em favor dele e da impunidade.
Na verdade o que esteve realmente em jogo no STF foi o desfecho de mais um confronto na guerra aberta que existe hoje para controlar o Brasil. É algo maior do que Lula, ou mais que uma pura e simples questão de justiça – a punição, como manda a lei, dos crimes  de corrupção e lavagem de dinheiro pelos quais ele foi condenado a doze anos  de cadeia nos dois níveis do Judiciário que o julgaram até o momento. A questão é a verdadeira disputa, em toda essa história, sempre para decidir se continuará a mandar no país, e a mandar na vida dos cidadãos, o sistema que está mandando até hoje.
Trata-se de uma vasta federação de gangues partidárias, empreiteiras de obras públicas, altos burocratas do Estado, empresas que recebem favores do governo e mais toda uma multidão de parasitas que, de uma forma ou de outra, vive à custa dos impostos que você paga dia e noite, e vai pagar até morrer. Essa gente está destruindo o estado de direito democrático do Brasil – quer dividir o país em duas categorias de cidadãos; os que são obrigadas a cumprir a lei e os que estão autorizados a não respeitar lei alguma. É no fim das contas, os aproveitadores do Tesouro Nacional.
Esse Brasil do Lula, que hoje está em guerra para sobreviver, é muitas coisas ao mesmo tempo. É em primeiro lugar, o país da impunidade – onde se quer assegurar ao rico e ao poderoso, que dispõem de dinheiro ilimitado para pagar advogados caríssimos, o direito de cometer crimes e não cumprir, pura e simplesmente, as penas a que foram condenados. O princípio jurídico pelo qual têm lutado com tanta ferocidade ministros do STF, e bandidos de bolsos cheios e escritórios cinco-estrelas de advocacia penal é o seguinte: qualquer criminoso bem apoiado por defensores espertos, mesmo um assassino de crianças, só poderá receber punição se for condenado na “quarta instância”. Isso quer dizer, segundo eles, que é preciso condenar o sujeito, quatro vezes seguidas, o que só pode acontecer durante anos a fio, para que ele pague pelo crime que cometeu. Uma aberração como essa não existe, pura e simplesmente, em nenhum país civilizado do mundo. Em outro qualquer país um condenado como Lula vai para a cadeia e pronto.
É claro que esse “princípio legal” é apenas uma trapaça para não punir o delito – mesmo porque, depois de anos e anos à espera de uma decisão,  o crime “prescreve”, ou deixa de ser delito. Alguns ministros da STF ainda insultam a população que lhes paga o salário (benefícios) dizendo que a liberdade até a “quarta instância”, é um direito de todos os brasileiros. Isso é uma mentira grosseira. Quem tem dinheiro para sustentar anos de processo na Justiça? A “presunção de inocência” é coisa privativa de milionário. Hoje mais de 300 mil brasileiros presos em regime “provisórios”, nada de “instâncias”, nem embargos, nem agravos, nem outras tramoias judiciárias para eles. Os ministros pro-Lula, obviamente, querem que todos eles se lixem. O único interesse deles, foi salvar a impunidade que goza a elite brasileira da qual  Lula é hoje o senhor número um.
O Brasil do Lula é um Brasil sem a Lava Jato – a operação judicial que pela primeira vez em toda a história do Brasil,  processou, condenou e prendeu dezenas de marginais de primeiríssima potência. São donos de empreiteiras, chefes das diretorias da Petrobrás e outras estatais, altos executivos de empresas, políticos ladrões, chefes de partidos e toda a subespécie de delinquentes que vêm da mesma sarjeta. A principal atividade deles é roubar o Estado, ou seja, roubar os
Impostos que todos nós pagamos ás vezes com sacrifícios, sendo que muitos deles confessaram seus crimes. Mas é claro que ele não está sozinho: sua impunidade ajudaria também a impunidade de uma multidão de outros foras da lei.
Os cúmplices de Lula, os serviçais e os simples devotos dele, muitos ignorantes, por sua vez afirmam que sua condenação não tem nada a ver com o fato de que, segundo decidiu legalmente a Justiça brasileira, ele é um ladrão, culpado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo eles, a condenação foi por “ele ser o maior líder de esquerda do mundo, e que o capitalismo não ia deixar ele continuar a “salvar”  o povo  pobre do Brasil”. E a roubalheira imensa na Petrobrás, nos fundos de pensões, nos bancos e no BNDES? E os seus “companheiros” e sócios que confessaram os próprios crimes de corrupção? E os bilhões em dinheiro roubados que foram devolvidos? Não tem a ver com ele?
Neste país nenhuma obra pública é feita levando em conta o interesse do público: Ou a função é beneficiar o construtor e os seus cúmplices nos governos, ou então a obra não é construída. O Brasil da mentira, o país do “avanço social” do “resgate dos pobres” e de outras invenções dos governos Lula e Dilma, enquanto eles delapidaram o patrimônio do País.  Até hoje não se sabe de nenhum rico que tenha ficado pobre em qualquer desses dois governos. Ao contrário, temos mais 150 mil milionários (em dólares) agora no Brasil, segundo as contas e nenhum outro país da América Latina tem tantos. Quem ganhou tanto dinheiro no país das “conquistas sociais”? Aí vai: Marcelo Odebrecht, o empreiteiro-modelo de Lula, ou o miserável que recebe o Bolsa Família? Joesley Batista ou o pobre coitado da fila de ônibus? Quem se deu melhor, por causa dos feitos do ex-presidente dos pobres, o que passou a ter uma geladeira ou os que compraram jatinhos e viajaram para a Europa, ás custas do nosso imposto? O trabalhador brasileiro ou Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e tantos outros aliados íntimos do complexo Lula-PT?
A decisão do STF não faz desaparecer esse Brasil do mal, mas pôs uma barreira, sem dúvida, ao avanço de todos os que querem, através da desmoralização aberta da lei, impedir que este país se torne uma democracia de verdade. . .
Fonte:
Revista “Veja” edição especial – 11/4/2018
Artigo de J. R. Guzzo
+ Acréscimos e supressão

Jc.
São Luís, 20/4/2018

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