Estamos na semana em que
nossos irmãos católicos consideram
como “Semana Santa”. Para nós espíritas, essa semana também é
considerada santa? – Claro; não só essa mais todas as semanas de todos os
meses, de todos os anos, consideramos santas, porquanto todas são criadas por
Deus.
Embora a grande maioria
dos cristãos desconheça a páscoa não é uma comemoração do Cristianismo. Ela é
uma festa muito anterior a Jesus, instituída pelos hebreus (hoje israelenses),
lembrando a saída dos judeus da escravidão do Egito, conduzidos por Moisés. Com
a construção do Templo de Salomão, a festa da páscoa passou a ser realizada em
Jerusalém, por sete dias, quando era comido o pão sem fermento (pão ázmo), em
memória da fuga dos hebreus da servidão, no Egito, sem pausa para a levedura do
pão.
Seguindo a tradição dos
antigos, diz o Evangelho de Lucas, que Jesus veio a Jerusalém com seus
apóstolos, e estando eles reunidos e chegando a hora da Ceia; e sabendo Jesus
que se aproximava a hora da separação. Sentou-se Ele à mesa com seus apóstolos.
Disse-lhes Ele: “Tenho desejado comer convosco esta páscoa”. E munindo-se de
uma bacia e de uma toalha, passou a lavar os pés de todos, em sinal de
humildade e pureza d’alma. Em seguida retornou à mesa, e, tomando o pão e tendo
dado graças partiu-o e, deu aos seus apóstolos, pão que simbolizava toda a Sua
Doutrina; e tomando o vinho, rendeu graças a deu-lhes, como essência da Vida do
Espírito que deveria vivificar a Sua Doutrina.
Começando Ele o Sermão do
Cenáculo, disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei. Nisto, todos conhecerão que sois meus discípulos. Crede
em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai, há muitas moradas (mundos habitados); se assim
não fosse, eu já vos teria dito e eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro
Consolador, O Espírito de Verdade, que o mundo não vê nem o conhece; vós o
conhecereis, porque ele estará em vós; mas o Consolador, o Espírito de Verdade,
(Como é considerada a Doutrina dos Espíritos) a quem o Pai enviará em meu nome;
esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que tenho
ensinado”.
Após Jesus ter lhes falado
estas coisas e muitas coisas mais, retirou-se Ele com seus apóstolos, para o
Monte das Oliveira, onde começaria o seu martírio, narrado por João, nos Cap.
13 a 17.
Grande parte da
humanidade, ainda em atraso espiritual, gosta de ficar revivendo esses tristes
e lamentáveis acontecimentos, transformando-os em encenações que se repetem todos
os anos, atestando a inferioridade de muitas pessoas e, como se quiséssemos
vê-lo eternamente crucificado e morto fruto da vaidade, do orgulho de quem se
presta a esses papeis. Tempo virá em que somente as lições de humildade, paz,
amor e fraternidade, é que serão lembradas sempre quando lembrarmos de Jesus.
Nesse tempo a humanidade já terá evoluído e o sofrimento e a morte não serão
mais peças programas, encenadas e ainda comercializadas pelas pessoas da Terra,
assim como todas as demais formas de mortes praticadas pelos humanos.
Nós, espíritas, não nos
atemos a essas comemorações de “Semana Santa”, instituída pela Igreja Romana,
por ser apenas uma recordação do povo judeu, onde é mostrado apenas o que de
pior aconteceu com Jesus. Para nós espíritas todas as semanas são santificadas
porque foram criações de Deus.
Nesta festividade, ficamos
alegres por conta da Ressurreição de Jesus, no domingo, ao aparecer a Maria Madalena,
fazendo-a portadora da nova revelação aos apóstolos – A IMORTALIDADE. Ressurreição
quer dizer: “manifestação, aparição, reencarnação”, palavras que traduzidas em
fatos são relatados nos Evangelhos. O que seria o Cristianismo sem as aparições
de Jesus?- Seria possível que a Doutrina por Ele ensinada tivesse por
finalidade a morte, o nada?- Ele mesmo não falou da continuidade da vida, quando
disse a Nicodemos, que ele deveria nascer de novo! Foi essa prova da Imortalidade que Jesus deu
que despertou nos apóstolos a fé verdadeira, vencendo a timidez, dando-lhes a
coragem e a determinação para saírem a enfrentar todas as dificuldades, e
anunciar a todas a todos os povos, a palavra do Filho Vivo de Deus, e os
esplendores da Vida Eterna. . .
A páscoa representa para
os judeus, a libertação do cativeiro do Egito; o domingo da ressurreição,
é para os cristãos, a libertação da ignorância, comprovando a existência da
Vida Espiritual, após a alma se libertar da existência terrena, desencarnar, ou
morrer.
Portanto, neste domingo
devemos celebrar a Ressurreição de Jesus, lembrando o Mestre Amado, não como um
morto, mas como a verdadeira Vida; não como uma sombra, mas como um
extraordinário facho de Luz; não em agonia, mas em Harmonia e Paz; não com
tristeza, mas com imensa alegria; pois Ele mesmo afirmou: “Eu sou o Pão da
Vida” – “Eu sou a Luz do mundo” – “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, e
ninguém vai ao Pai senão por mim”. Se quisermos segui-lo, devemos amar a Deus,
amar a nós mesmos e amar ao nosso próximo, essa é a grande Lei...
Fontes:
Velho e Novo Testamento
Novo Testamento
Jc.
S.Luís, 17/4/2014
Refeito em 12/9/2017